sexta-feira, 1 de maio de 2009

15 Anos sem Senna

Blog de corrida sem homenagem ao Senna no dia 01 de Maio não tem credibilidade... então vamos resolver esse problema dos Ze Ruela... aliás nosso blog começou meio torto, a gente tá um pouco perdido, mas daqui a pouco a coisa engrena... e podem tirar as fases da lua do cabeçalho!

Acho que não tem muita coisa mais para se dizer sobre o que foi o Senna na história do automobilismo. Muito se falou sobre a carreira, as vitórias, os erros, as sacanagens, o acidente, a morte de um herói ao vivo e a cores. E tudo que veio depois da "Era Senna".

Hoje restou mesmo saudade. Ao contrário do que muitos falam, não acho que as corridas tinha mais graça aquela época - isso é papo de quem ligava a TV 10 minutos antes da chegada e com certa frequência encontrava ele vencendo uma corrida. Como dizer que os últimos campeonatos não foram incríveis?? Como dizer que não vivemos um momento histórico em Interlagos ano passado?? Tudo tem seu tempo e a formula 1 segue seu caminho. Outros virão, novos campeonatos virão, novos ídolos surgirão, e ela vai continuar fantástica porque a idéia básica da F-1 é fantástica: são os melhores pilotos do mundo correndo nos melhores carros do mundo. É isso.

Mas então porque o Senna faz tanta falta? Porque sentimos tanta a perda dele? Porque não era hora. Pra quem gosta e entende um pouco de corrida, Senna era um fora de série, assim como Prost e Schumy. Sinceramente, dos que vi correr, pára por ai. Piquet talvez, Lauda não vi, Alonso talvez chegue lá. Stewart, Clark, Fangio... não vi. Mas voltemos ao Senna...

Pra quem gosta e entende um pouco de corrida lembra do fim da carreira do Schumy. Parecia o fim do mundo, a F-1 não sabia o que seria dela após a aposentadoria do alemão, porque ele era a referência. Senna era a referência de sua época, e partiu de repente. A F-1 perdeu seu chão. Ninguém sabia o que seria da F-1 em Monaco duas semana depois. Criou-se um vácuo. Mas, aos trancos e barrancos, seguiu em frente.

Pra quem ligava a TV faltando 10 minutos, e que comprou o livro da Adriane Galisteu pra saber como o Senna era no "'intimo", perdeu a referência de um vencedor. Senna era a triste imagem de vitória em um povo acostumado a se sentir rebaixado. E quando surge um cara desses o povo adora vangloriar-se, dizer que ele é a imagem de um país vencedor. Pobre país que aceita ser de terceiro mundo não apenas financeiramente, mas culturalmente. Mas ainda assim, Senna era a referência, o melhor do mundo. E pra essa gentarada toda, também criou-se um vácuo. Mas depois do Jornal Nacional, começou a novela e seguiu em frente.

Daqueles dias lembro pouco, mas o suficiente. Tinha 17 anos, vivia a F-1 cada dia com mais empolgação. Já podia assistir o GP Brasil ao vivo, comprava revistas, lia jornal, ouvia o treino oficial no rádio porque não passava na TV ainda. De repente, também perdi a referência, custei a entender porque. Porque ele?? Justo ele?? A resposta é mais básica para qualquer criança... porque sim. E pronto. Destino? Azar? Mal-olhado? Sabotagem? Não, isso é papo pra vender notícia. Simplesmente, naquele dia, aconteceu. Como aconteceu com Ratzenberger, Villeneuve, Rindt, Palette e tantos outros. Pra quem gosta e entende um pouco de corrida, sabe que isso faz parte, e qualquer um que se mete a entrar num carro de carrida sabe que está se arriscando mais do que o zé ruela que vai assistir do sofá de casa.

Hoje restou mesmo saudade. Saudade de um cara que fazia o que gostava e fazia com gosto. Fazia pra ganhar, no detalhe, no milésimo, na raça. E isso era a parte animal. Que se lasque os iates, a Galisteu, a casa em Angra, a Xuxa, o gibi do Senninha. O que ficou são as cenas do cara em Monaco, em Suzuka, Spa, Interlagos. Pra mim o que ficou foi o piloto, esse sim, um fora de série!

2 comentários:

  1. Muito bom os comentários desse Fassina. Pena que ele erra umas concordâncias verbais, esquece uns "s", repete algumas frases... mas beleza, pelo jeito ele não tinha tanto tempo pra escrever..

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  2. Ontem deu saudades! Por aqui passou um documentário sobre a sua vida na BBC com os pilotos e chefes de equipe ingleses comentando sua visão sobre ele.
    Ele sempre foi determinado para pilotar naquele nível, ser o melhor de todos e sabia dos riscos que corria. Tenho certeza que correria os mesmos riscos novamente para sentir a satisfação de conseguir o que queria.

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