sábado, 22 de setembro de 2012

WEC - 6 Horas de São Paulo

Enquanto aguardo o início do treino da F-1 em Cingapura, aproveito para colocar algumas fotos das 6 Horas de São Paulo que eu e o Bola fomos assistir semana passada em Interlagos. Um evento incrível, que tem tudo para engrenar e ser um sucesso.

Chegamos por volta das 9 e pouco da manhã. Setor A praticamente vazio e já começavam os movimentos para a prova da Porsche Cup. Esperamos o início da corrida e como os malucos se arrebentaram na reta oposta deixando a prova com Safety Car por mais de 20 minutos decidimos seguir em direção aos boxes pois haveria uma visitação das 10hrs às 11hrs.

Como vocês podem ver nas fotos a visitação é no estilo do treino de sexta da F-1, quando temos os convites da SAE/Petrobrás. Só que durante 45 minutos os pilotos ficam à disposição para autógrafos. Todos tinham cartões ou posters que iam assinando e distribuindo para o público. É um esquema muito legal, com uma interação que nunca tinha visto com pilotos de ponta. Para nossa sorte não tinha tanta gente, então conseguimos passar por quase todos.

E dai encontramos grandes personalidades da história como Allan McNish, Lucas Di Grassi, Alexander Wurz - o "Wurzão", Nicolas Prost (é o filho daquele...), Karun Chandhok, Vitantonio Luizzi, Fisichella. Sem falar nos expoentes maiores como Enrique Bernoldi, Gianmaria Bruni, Alexandre Negrão, Stephane Sarrazin, Jean-Denis Deletraz e o mago Olivier Beretta.

Depois dos boxes fomos para a área onde fica os HC da Petrobrás nos dias de F-1 pois havia uma mostra de veículos antigos e os dois carros que Emerson Fittipaldi - o mentor dessa história toda de WEC no Brasil, venceu as 500 milhas de Indianápolis. Tudo no conceito americano de que você compra seu ingresso, mas tem acesso a várias áreas.



A corrida é muito interessante porque são 4 categorias na pista ao mesmo tempo. A cada 6 ou 7 voltas da categoria principal, eles chegavam para dar uma volta na categoria mais lenta. Então é uma prova em ritmo frenético, com ultrapassagens o tempo todo.

Ficamos cerca de 1h45min por lá. Depois fomos embora. Na hora da largada estavamos torrando no sol. Da casa dos meus pais assisti o final da prova com Interlagos anoitecendo e com uma baita neblina. Wurzão e Nicolas Lapierre venceram com o carro do híbrido da Toyota. Em segundo e terceiro chegaram os carros híbridos da Audi com uma turma que incluia o Di Grassi. Esses três carros são simplesmente lindos. E o som dos carros da Audi (motor a Diesel) é uma coisa à parte, parece uma flecha passando.

Evento e corrida aprovados. Segundo Emerson o World Endurance Championship volta para São Paulo em 2013. A Tia Janete já falou que vai!!

Ah sim.... XUPA CT!!!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Louros ao Campeão

A F-Indy é a primeira das principais categorias a definir seu campeão. E pelo terceiro ano seguido o australiano Will Power joga pela ralo um título praticamente ganho. Dessa vez, sorte (e méritos) para o americano Ryan Hunter-Reay da Andretti Autosports que levou seu primeiro título.

O título foi definido na última prova, as 500 milhas de Fontana. Power tinha uma boa vantagem sobre Hunter-Reay, o único que podia alcançá-lo. Era questão de não se envolver em confusão e chegar da metade para a frente que não importava a posição de Hunter-Reay. Mas em oval nem sempre é fácil apenas chegar ao final. Power e Hunter-Reay largaram lá atrás e não conseguiam vir para a frente. Bom para Will Power que marcava o adversário e garantia a vitória.

Então a sina de vice apareceu. Dizem que o australiano não corre bem em ovais. Dizem que perde a cabeça. Dizem que amarela. Na volta 56 de 250, Power lutava exatamente com Hunter-Reay por posições bem intermediárias quando perdeu o carro e foi para o muro. Um acidente meio bobo. Um acidente de quem perdeu a concentração, de alguém pressionado. E por pouco ele não leva Hunter-Reay junto. Acabaria ali o campeonato em favor dele. Se aquele carrinho amarelo não fosse o adversário pelo título, teria arrastado junto para o muro.



Com Power fora, Hunter-Reay precisava chegar pelo menos em sexto para ser campeão. E começou a subir na classificação. Enquanto isso a equipe Penske começa o impossível. Reconstruir o carro de Power. Isso porque na Indy todos marcam pontos. E se Power ganhasse mais duas posições, ganharia dois pontos a mais. Como após a batida dele, outros dois carros abandonaram, ele precisava voltar para a pista e completar mais umas 11 voltas para ganhar esses pontos. Para Hunter-Reay significaria ter que chegar em quinto, e não mais em sexto.

Pra ser sincero, foi bonito ver o trabalho dos caras. Uma hora e pouco depois, Power voltou para a pista com o mesmo carro que havia mandado para o muro e completou as 11 voltas que precisava para ganhar os dois pontos. Como não havia condições práticas de ganhar mais pontos, recolheu o carro e começou a rezar porque só sobrou isso.

No final da prova, Hunter-Reay alcançou os primeiros e se colocou nas posições para ser campeão. Até que aconteceu mais uma das baixarias da Indy. Faltando 9 ou 10 voltas, Tony Kanaan que lutava pela vitória, também foi para o muro. Hunter-Reay estava entre os cinco primeiros e seria campeão com bandeira amarela pois a limpeza ia demorar mais do que 10 voltas. Então resolveram dar bandeira vermelha. Michael Andretti que é o dono da equipe de Hunter-Reay quase surtou, e na minha opinião, com razão. Uma mudança de regra que poderia custar um título. Uma sacanagem só pra tentar uma chegada em bandeira verde.

Após o recomeço de prova, Hunter-Reay manteve a posição até que Takuma Sato foi para o muro na última volta. Dessa vez não pararam a prova e o azarão venceu. Parabéns a Ryan Hunter-Reay, um piloto que não mostrou domínio na temporada, não assustou nos circuitos mistos como Will Power, mas que soube aproveitar cada falha e bobagem dos seus adversários. E na hora da verdade teve o sangue frio que está faltando para Will Power. O australiano é muito bom, merecia já ter ganho um título e deve lutar novamente por ele em 2013. Mas é bom fechar antes da prova final, caso contrário Power vai continuar sua caminhada para se transformar no Stirling Moss da F-Indy.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

O piloto que perdeu a mão

Não, não é sobre o Alessandro Nannini. Vou começar o post falando sobre o Roy Salvadori. Ninguém falou nisso nos últimos meses, talvez eu seja o único a levar isso a sério, mas ele morreu meses atrás, na Inglaterra, aos 89 anos. Ninguém comentou por aqui, provavelmente porque ninguém sabe quem foi o cara.

Pois eu explico. Era um piloto de corridas. Inglês, apesar no nome. Os mais fanáticos talvez lembrem que ele foi piloto de grand prix (como era chamada a F1 na época). Aos novatos, o DataGonzo explica que embora houvessem apenas 7 ou 8 corridas que faziam parte do Campeonato Mundial de Pilotos nos anos 50, existiam um monte de outras provas espalhadas por aí. Eram os chamados Grandes Prêmios. Haviam provas em Pescara, Marrocos, Angola, Buenos Aires, além das tradicionais em Nurburgring, Silverstone, e Monza. 

As maiores provas faziam parte do campeonato mundial, e para essas havia um esboço de regulamento técnico a ser cumprido, exceto Indianápolis (sim, as 500 milhas já foi uma corrida do campeonato de F1).   Nas outras provas, o regulamento era bem variado, poderiam misturar esporte protótipos com fórmulas, motores de 8 litros contra 1,5 litros, era uma bagunça só. 

Pois bem, Roy Salvadori dirigia nesse meio. E por ser tão eclético na direção, correu de F1 de 1953 a 1962. Sempre rápido, algumas vitórias, e sempre "misturando" todo o tipo de carro. Correu de protótipos até 1965, quando se aposentou da carreira de piloto profissional. Talvez o seu maior mérito tenha sido a vitória nas 24 de Le Mans com a Aston Martin, em 1959, ao lado de um tal de Carrol Shelby. 

A legenda diz o que é. O crédito da foto é de divulgação da Aston Martin.

Mas o que isso tem a ver com o título do post? Roy se foi com as duas mãos presas ao corpo, felizmente. Em primeiro lugar, uma homenagem ao piloto. E depois dessa introdução cultural vou escrever o real assunto do post: como os pilotos de F1 de hoje se tornaram também uns coxinhas.

Na época do Salvadori, Fangio, Moss, e até mais pra frente, beeem mais pra frente, Andretti, Clark, Stewart, Ickx, Fittipaldi, a coisa era diferente. Os pilotos de F1 podiam (e deviam) correm em outras categorias. Isso era pra não "perder a mão".
Stirling Moss na Mille Miglia de 1955 (Crédito: LAT/Autosport)

O cara era condicionado a manter os reflexos em dia, até por que era uma questão de sobrevivência. Mas o fato de dirigir um carro diferente em condições distintas a cada final de semana tornava o piloto mais sensível a cada reação, a cada soluço do motor, a cada corrigida no meio da curva, por causa de um pouco de areia. 

Hoje, os caras são forçados por contrato a só correrem nos finais de semana de F1. Só podem correr sentados em um F1. Um piloto de corrida de verdade se dedica 100% ao seu carro. Se não pode estar na pista, está no simulador, condicionando seus reflexos. Mas será que isso é o melhor, mesmo?

Kubica era um piloto excepcional, que seria campão do mundo, e seria alguém para combater Vettel, Alonso, e Hamilton. Tão bom que podia exigir em seu contrato que lhe fosse permitido correr de rally. Deu no que deu. Perdeu-se num acidente um grande piloto. E nunca vamos saber o quanto andar de rally fazia de Kubica um melhor piloto, então é uma coisa bem subjetiva. Mas, batendo papo com o Guiga, uns dias atrás, ele me disse que andar na Porsche GT3 Cup, com pilotos de pista como tutores, fez com que ele aprendesse algumas coisas novas que poderiam ser usadas no rally. 

Kubica no Rallye de Montecarlo: a maneira mais divertida de se treinar para andar de F1.
 (Crédito: Photo4/xpb)

Uma prova na pista, sem dúvida que é diferente de uma na terra. Mas uma coisa completa a outra. E tem mais: Arrancada não é considerado automobilismo por muitos. Mas os caras que que saem da linha reta e começam a correr em circuitos, invariavelmente largam muito bem. E se um piloto de pista disputasse umas provas de arrancada para melhorar sua largada? Pode não fazer muito sentido para um piloto de F1, mas com certeza é uma ajuda para um moleque que está saindo do kart e sentando num F3.

Se não dá pra concluir muita coisa com o Robert, vamos falar de outros dois caras: Schumacher e Raikkonen. O primeiro se aposentou, ficou 3 anos fora da F1. O segundo se encheu da vida, e ficou 2 anos fora. Enquanto o primeiro foi cuidar de tratar cachorros e tomar tombo de motos, o outro foi destruir carros no mundial de rally e ainda fez duas provas naquela insanidade da Nascar. Resumindo: um ficou parado e outro continuou brincando de carrinho, sem "perder a mão".

Raikkonen e Schumacher finalmente juntos no pódio, em Valência. 
Quem se deu melhor ao retornar a F1? E por quê?
(Crédito: www.motorsport.com) 

O resultado é que Schumacher penou muito no seu primeiro ano de volta, para conseguir se firmar novamente. Já Raikkonen chegou estourando. Os carros são similares, e sabemos pela quantidade de títulos que o Michael é bem mais piloto que o Kimi. Eu, pelo menos, considero que o retorno do monossilábico finlandês tenha sido bem mais sucedido que o do alemão. Eu, pelo menos, esperava mais do Schumacher. 

Por isso que eu acredito que competir em outras formas do esporte, em outras categorias, é essencial para o desenvolvimento do piloto. Seja num rally de velocidade, numa pista de kart, ou dirigindo um tanque numa pista oval, os caras tem que se diversificar, mesmo com o risco de acidentes. Mas a F1 parece ser importante demais para reconhecer que existe um mundo fora dela...

sábado, 1 de setembro de 2012

Grid de Spa

No grid de amanhã, apenas uma conclusão: Alonso se deu muito bem.

Mas como assim? Ele ficou em sexto no grid... como se deu bem? Simples. A McLaren andou bem e Button, que tem uns 500 pontos atrás de Alonso, fez a pole. Hamilton, que segue lutando pelo título não passou de sétimo. O segundo foi grande Japa-Kobayashi, seguido de Maldonado. Dois que não lutam pelo título mas que ajudam Alonso roubando pontos dos outros. Maldonado foi punido após o treino e perdeu 3 posições. O suficiente para Alonso subir para quinto, mas ainda deixou Hamilton em sétimo.

Kimi herdou o terceiro e mesmo que vença amanhã não deve reduzir a diferença de 40 pontos que Alonso tem do segundo colocado no campeonato. Antes quinto e agora quarto, Perez é outro que ajuda roubando pontos.

Os outros que ainda brigam por algo no campeonato ficaram lá atrás. Vettel é décimo, Webber décimo segundo. Entre eles e Alonso, mais um bando de Forces India que não tem nada a perder. É tanta coisa conspirando a favor que a Ferrari nem está preocupada com o fato de Massa não conseguir ajudar o espanhol. E nem precisa, Alonso já tem metade do grid ajudando ele.

Pelo menos no treino, o tri-campeonato deu mais um passo para se tornar realidade.

Bizarros Momentos do Esporte

Essa foi semana passada em Bristol. Sem comentários.

Tony Stewart não recebeu nenhuma punição da Nascar. Na F-1 se o piloto solta um palavrão no rádio perde 20 posições no grid da próxima corrida.