Mostrando postagens com marcador Gonzo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Gonzo. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Pra bom entendedor, uma imagem basta

Esta postagem é só pra dizer ao Google que o Blog não está morto, depois de uma mensagem que recebi deles. Ela representa uma coisa muito legal que descobri nas conversas paralelas ao blog. Um dia explico direito, mas para quem entender, a imagem serve:

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Previsões do Gonzo para 2016

Bom, a coisa boa das previsões é que eu garanto que pelo menos uma vez por ano vou passar por este blog... Depois do Whatsapp, e com dois Zé Ruela trabalhando na F1, as conversas ficaram mais privadas, e detalhadas. Ainda bem. Mas como tenho preguiça de usar o Whats web, e pra forçar os curiosos a também darem uma passada aqui uma vez por ano, vai mais um Previsões do ano.  O disclaimer é o mesmo do ano passado. E infelizmente, por causa desse maldito politicamente correto, não pude fazer as piadas que queria, ia ficar muito mais engraçado.

JANEIRO já passou, né? Pois é, mas as minhas previsões de todo ano nunca falham, infelizmente. Guiga não ganha o Dakar, e a Ponte não ganha a Taça São Paulo.  Espero um dia errar as duas. Eu ia colocar mais uma, a de que o Loeb ia fazer bonito mas também não ia ganhar o Dakar, mas depois do ocorrido, fica feio. Parece analista econômico. Sempre fala que a situação é crítica, algo precisa ser feito, senão entraremos em uma crise gravíssima. Se ele erra e o País prospera, é porque deram ouvidos pra ele. Se ele acerta e o País afunda, é porque é um visionário. Ou senão aquele meteorologista que fala assim: “amanhã vai fazer sol na maior parte do dia, mas pode chover.” Igualzinho à minhas previsões, são infalíveis!! Olhem só:

FEVEREIRO já foi metade, né? Hum. Mas mesmo assim não vou dar a desculpa dos fracos, que sempre falam que as coisas no Brasil só começam depois do carnaval. O próximo que falar isso, vou falar assim: “Então tá, se só começa depois do carnaval, paga o meu IPTU, meu CREA, meu IPVA!”  Vamos ao esporte, então!! Marussia e Haas não ficam com o carro pronto para a primeira sessão de testes, que vai ser liderada pela... Mercedes. Com Nico na frente. Imprensa alemã começa a falar que há esperança. Imprensa italiana comemora que os 0,2 segundos que Vettel ficou atrás de Hamilton não querem dizer nada, que a Mercedes andou com tanque vazio, e quando o campeonato começar, vai dar briga. A imprensa espanhola vai dar que, mesmo a McLaren andando a 1,2 segundos do Nico, Alonso é favoritíssimo ao título. Tá, não falo mais da imprensa espanhola, já deu por 3 anos seguidos. Mas que a Globo vai dar a entender que Massa tem chances de título, isso vai. Nos bastidores, a Marussia alega que não vai ter grana pra chegar no final da temporada, e vai pedir pra FOM que 35% dos dinheiro dado às equipes seja distribuído entre as equipes que entraram naquele vestibular promovido pelo Max Mosley. Se uma das equipes sair do campeonato, o dinheiro fica divido entre as outras restantes. O processo de cassação de Eduardo Cunha é adiado pela 28ª vez.  Japonês da Federal revela que nos celulares de Cunha apreendidos, há conversas com um tal de “Imperador Palpatine”. Não se sabe quem é, mas o Palpatine passou dicas importantes sobre transferência de propriedade e remessa de valores ao exterior.

Mas em MARÇO as coisas ficam um pouco mais quentes. A temperatura da pista em Barcelona vai ficar mais fria, porque vai chover nos 4 dias de testes, e no final do quarto dia, quando a pista estiver úmida, vai estar sem borracha. Resultado: não vai servir de muita coisa. A não ser pra Haas, que vai saber que estará brigando com a Marussia. A McLaren vai melhorar, mas ainda não vai andar junto com Renault nem Toro Rosso. E a Ferrari também vai melhorar, mas nada de alcançar as Mercedes. Ou seja, pouco muda. Na política, encerra-se o processo de impeachment da Dilma. Adriano Imperador anuncia a sua volta aos gramados. Mas comemora com uma festinha de despedida na comunidade. E tudo se confirma na corrida em Melbourne. Exceto pela vitória de Hamilton, largando da pole e fazendo a melhor volta. Nico chega em segundo, a mais de 20 segundos. A única notícia é que Giedo Van Der Garde apareceu para correr na Austrália. Não, isso foi no ano passado! Pois é, mas vai acontecer de novo!! Acontece que durante o inverno a Sauber não pagou 3 das 36 parcelas combinadas, foi parar no SPC, e Guiedo aceitou trocar as 3 parcelas pro 3 GPs. No final, a Monisha falou com o banco BMG, que emprestou uma graninha, e ficou tudo certo.  Mas o importante é que logo depois do caso, a Sauber cobrou da FOM uma distribuição melhor do bolo para as equipes. A proposta dos suíços foi que equipes que mudaram de dono, mas mantivessem o nome, deveriam ficar com 50% do bolo. E se fosse sediada na Suíça, deveria ficar com 70% desses 50%. As outras equipes chiaram.

Conversas à parte, logo no começo de ABRIL tem GP no Bahrain, e nos treinos de sexta, a Mercedes prega uma peça: P5 e P7. Todo mundo fica assustado, mas no sábado descobre que foi pegadinha mesmo. P1 e P2, a 0,8 segundo na frente de Vettel. Raikkonnen fica em décimo sexto, e repete a cena da Malásia, saindo do carro para pegar um picolé.  Domingo, nova dobradinha da Mercedes, o povo já desencana porque vai ser mais um campeonato modorrento, a Honda percebe que tem mais uns ajustes a fazer e já queima mais alguns tokens, e de cara a McLaren pede mais dinheiro à FOM, alegando que equipes que tem nome de piloto neozelandês precisa ficar com pelo menos 35% do bolo. Uma equipe brasileira vai vencer o Baja, em São José dos Campos. 2 semanas depois, todo mundo se reencontra na China, o Seixas vai falar das aventuras passadas por ele ali, o Gomes vai falar da Olimpíada. O GP da Europa, em Baku, vai ser cancelado. O Bernie tenta encaixar o GP da Coréia, disse que estava devendo um GP ali ainda, pelo contrato. Na boca pequena, comenta-se que pode ser uma visita da Yakuza coreana que ele recebeu na semana anterior. Tem mais um GP ainda em abril, que é na Rússia. Todo mundo comenta que é legal estar de volta lá depois de tão pouco tempo, que a inversão do calendário é legal, que fica melhor a logística, mas todo mundo está feliz de não ter que ir a Baku. Ah sim, vai estar tão frio em Sochi que todo mundo vai fazer piada que podia ser Jogos de Inverno em abril. Vence Hamilton. De novo. Imprensa inglesa começa a fritar Nico. Vai ter muita reportagem mostrando como o brasileiro deixa para entregar o Imposto de renda na última hora, e o que fazer para declarar quando você doa a sua casa para o cachorro.

Em MAIO, a FIA anuncia que desistiu do mecanismo de proteção da cabeça, os cockpits permanecerão abertos. CT fica chateado, porque 2 meses do trabalho dele foram jogados fora. A Petrobras vai anunciar o fim da parceria com a Mitsubishi na equipe de Rally. GP da Espanha, nada de novo, exceto pelo excelente 3º lugar de Ricciardo. Que vai todo sorridente e pimpão para o pódio. Depois tem GP no Mônaco.  Chove na classificação, e Hamilton, num deslize, não passa para o Q3. Nico na pole, e vence a prova, num dia nublado e frio. No mesmo dia tem a Indy 500, ou não. Vai chover em Indianapolis. Aí fica pro feriado de segunda feira e... Temos o homem aranha subindo a grade novamente!! Pela quarta vez! Vitória improvável, porque em primeiro vinha o Tony, a 3 voltas do fim, mas foi atropelado pelo Ryan Hunter-Ray. Ou Brian Runter-Hay. Ou Hyan Runter-Rey, sei lá. Para o e-Prix de Berlim, a DAMS vai anunciar uma jovem promessa, Jean Alesi. Wurz fica meio ressabiado, porque ele concorria à vaga, mas perdeu por causa da altura. Perder essa vaga pode comprometer a carreira dele, que está se iniciando também. Pedro Lamy corria por fora, não conseguiu a verba da IBERDROLA, e ficou a pé. Já prevendo que a naba que vai tomar durante 2016 e os anos seguintes, Gene Haas vai até a FOM, solicitando que equipes inteiramente novas recebam 30% da verba durante 5 anos, sendo que no primeiro ano a equipe tem que receber um adicional de 5%. Depois de muito tempo, a Fabíola volta a frequentar uma manicure.

O ano continua, e em JUNHO, com as 24h de Le Mans ocorrendo mais ou menos no dia 18. Vai ter pelo menos 1h de corrida em bandeira amarela, por acidente, e no final leva a Audi de novo, com direito a risadinha do Wolfgang Ulrich. Na F1, o GP do Canadá é espetacular. Peraí, deixa eu voltar um pouco: é que no GP da Espanha, o Nico vai tentar uma ultrapassagem sobre Hamilton, e é jogado pra fora da pista. Aí o Nico fica brabo e fala que acabou a camaradagem, que ele não vai mais ceder. Toto Wolf coloca panos quentes, dizendo que a coisa seria resolvida internamente, e não faz porcaria nenhuma, sabendo que o Nico só fala da boca pra fora. Pois bem. O clima tava meio tenso em Mônaco, mas com a batida do Hamilton no Q2, ele ficou pra trás no grid e não deu em nada.  Mas no Canadá, Hamilton na pole, mas larga mal. Nico vem por fora, Lewis joga o carro pra cima e... Nico resolve ser macho, e não tirar o carro. Pensou assim: “Se eu ceder de novo, vou virar um Barrichello”. Hamilton, um monstro, desvia, vai pra grama, roda, e cai pra último. Imediatamente, começa uma corrida de recuperação. Mas tá brabo o homi, veio babando tipo Senna em Suzuka/88, ou Valentino em Valencia/15.  Na volta 67, Hamilton encosta em Nico, brigando pela liderança. Naquele gancho em que o Kubica foi parar depois de dar aquela pancada, Lewis “erra” a freada, e enche a traseira de Rosberg. As voltas finais são boas também, porque Vettel e Raikkonnen, que vinham atrás, passam nos destroços de Mercedes, e furam os pneus. Vettel abandona, furou 3 e não conseguiu se arrastar pros boxes. Kimi continua, mas depois da parada perde o ritmo. Bottas vinha em quinto, e ganha a corrida no colo. Sofre as duas últimas voltas com a pressão do Ricciardo, mas vence. A primeira da Claire Williams. Que aproveita e no discurso pós corrida, reclama que a FOM poderia dar algo em torno de 35% das cotas para as equipes de donos que passaram o comando da equipe para suas filhas. Felipe Massa lamenta o terceiro lugar. Ele vinha bem, estava na frente do Bottas, mas depois de um pit stop lento da equipe, perdeu ritmo, e acabou sendo passado pelo companheiro e pela Red Bull. Depois da corrida, Hamilton solta uma declaração misteriosa no twitter: “tá dado o recado.” Toto Wolff coloca panos quentes, dizendo que o recado era da esposa do Helmut Marko, pra ele levar Maple Syrup pra casa.

JULHO é um mês cheio, um recorde de corridas: 4 GPs! Com o clima quente, a inimizade pairando no em Brackley, coisa que envolve até os mecas. Deu até divórcio: O meca da roda traseira direita do Lewis se separou da menina da logística, que defendia o Nico. Resultado, a performance da equipe como um todo cai, e a Ferrari se aproveita. Pela primeira vez no ano, Kimi chega na frente de Vettel, e vence na Áustria. Hamilton na Inglaterra, o que indicaria que as coisas estariam em ordem, mas logo em seguida Vettel vence na Hungria e em Hockemheim, ficando a 18 pontos de Lewis. Nico já é carta fora do baralho. Apesar de ser bonzinho e ter a maioria da equipe do seu lado, quem anda mesmo é Lewis, e meca gosta de quem anda. Os melhores acabaram se bandeando pro lado do inglês.  Prevendo a queda de rendimento, Toto Wolff vai à FOM, e informa que pelos precisos cálculos alemães, pelos resultados dos últimos anos, a Mercedes teria direito a 33% do valor a ser repassado pelas equipes. Mais 1% por fornecer o Safety car, e mais 1% pelo Medical Car. Mas o fato é o que o campeonato reacende, e com o terceiro na Alemanha, o Galvão anuncia que este é o momento da virada pro Felipe, que vai pra cima, uma arrancada pro título. A Honda começa a se encontrar, faz um P4 na Hungria com Button, mas tem poucos tokens. Contador não vence o Tour. Assim como nenhum atleta da África, nem do Suriname. Nos Estados Unidos, será lançado um filme que destrói Nova Iorque, ou Los Angeles, ou o mundo todo. Destruir Nova Iorque ficou meio pesado depois do 11 de setembro, então expandiram para destruições mundiais. 

Em AGOSTO, tem as férias do CT e do Cobra, e pra sorte da F1, não vai bater com as Olimpíadas. O GP da Bélgica não vai ter novidade, com vitória de Hamilton seguido de Vettel. Mas vamos falar de Jogos Olímpicos, já que vai ser a única coisa que vão falar: Uns poucos vão lembrar da promessa de não mexer em ninguém da Vila Autódromo pra fazer o parque olímpico, e, claro, era mentira. A Vila Autódromo não existe mais, aquela gente diferenciada poderia comprometer as vendas dos apartamentos pós olimpíadas. Algumas das estrelas carimbadas, as certezas de medalhas de ouro pro nosso Brasil, vão falhar. Os comentaristas esportivos, que entendem até da calvície do Rogério Ceni, mas não sabem o que é uma prova de contra relógio por equipes no ciclismo, vão dar as suas versões para o fracasso. Eles também vão errar quando aparecer aquela improvável medalha de ouro, inesperada, de um atleta brasileiro que treinava com latas de nescau e garrafas PET, porque não podia comprar equipamento. Entendem tanto de esporte que não viram que esse medalhista surpresa brasileiro já havia sido ouro nos jogos pan-americanos, e vice no mundial em 2015. Sabem tudo esses analistas de impedimento... No final de tudo, vão discutir as teorias porque o  esporte olímpico tem tão pouco apoio. Vão chegar a brilhante conclusão que não tem apoio porque não tem patrocínio, não tem patrocínio porque esses esportes não aparecem na mídia, e logo em seguida vão interromper para mostrar uma matéria com o retorno de Rivaldo aos gramados, e vão ficar 40 minutos discutindo esse retorno. Não aprendem mesmo. Os jogos irão sofrer na primeira semana por causa da alta quantidade de mosquitos Aedes aegypt. O Congresso Nacional, com a sua impressionante capacidade de lançar leis que não podem ser cumpridas, fazem mais uma: É proibido ter mosquito na vila olímpica nem nos locais de prova. Claro, não adiantou. Até que o Eduardo Cunha, em desespero, liga pro Sarney. Os mosquitos somem, e os Jogos seguem normalmente. A Red Bull se aproveita da época olímpica, e vai à FOM para pedir dinheiro. Por ela, cada equipe deve receber 5% das receitas por cada esporte olímpico que ela, ou seu patrocinador máster, invista. Oscar Pistorius, que veio aos Jogos unicamente como comentarista de uma rede nepalesa de televisão, acabou conhecendo no saguão do hotel o advogado do Fluminense. Resultado: IAAF reconhece o recurso, absolve o ex-corredor do julgamento na África do Sul, e Pistorius ainda fica com medalhas de ouro dos 400 m das Olimpíadas e das Paraolimpíadas, que ainda serão disputadas. Eduardo Cunha se interessa pelo caso. Um distúrbio na Força é sentido Planaltina, com epicentro em Brasilía. João de Santo Cristo ressuscita, e pensa em fazer direito dessa vez. Mas o melhor do mês vem agora: Galvão anuncia a aposentadoria depois dos Jogos! É TETRAAAAA!!!!

Em SETEMBRO, vai ser feriado no dia 7. Enquanto Dilma acompanha o desfile em Brasília, o Japonês da Federal revela que Palpatine é um certo Paulo Salim M. Cunha adia mais uma vez seu processo de cassação. Nada é provado em seu nome. No GP da Itália, o último, vitória de Kimi, a sua última. Tiffosi em glória, mas o abandono de Vettel torna as coisas mais difíceis para o alemão. Aproveitando a presença do circo na Itália, a Toro Rosso reivindica à FOM que equipes baseadas na país que tenham somente uma vitória  devem receber 35% da verba para as equipes. Guiga e Youssef não vencem o Rally dos Sertões. No GP de Cingapura, acontece uma coisa bizarra com Lewis Hamilton: Antes de sair dos boxes, para a volta de instalação, o engenheiro de performance do atual campeão lhe entrega uma papeleta com algumas anotações. O papel cai dentro do cockpit. Engenheiro e piloto não ligam, e Lewis parte para o grid. Ao sair do box, o papel voa do cockpit e cai no chão. Um policial viu. Como se sabe, papel jogado ao chão em Cingapura é multa, e pra estrangeiro é cadeia. Pronto. Ao chegar no grid, é recebido por dois policiais e levado ao centro policial “para esclarecimentos”. Fica preso, e perde também o GP da Malásia. Com 2 segundos lugares, Vettel encosta novamente, e agora sim, o campeonato está em aberto. A grana do Governo Federal prevista para a construção do autódromo do Rio desaparece. Uééééé... Que esquisito...  Vai ter também paraolimpíadas, com um excelente desempenho dos meninos e meninas do Brasil. Os especialistas cronistas esportivos que comentam até a unha encravada do Neymar, mas não entendem como pode existir futebol para cegos, falam que é a redenção do esporte brasileiro. Não se dão conta que os para-atletas no resto do mundo são amadores, e para trabalhar, ganhar dinheiro, podem pegar ônibus, metrô, andar na calçada, etc. Pros brasileiros, onde não é possível pegar ônibus nem andar na calçada, então a única opção é o esporte. Para ser deficiente ativo, que trabalhe, estude, treine, no Brasil, é preciso ser campeão olímpico. O Detran do RJ, inspirado na eficiência dos policiais em Cingapura, e doidos para mostrar serviço depois do fiasco no trânsito durante os Jogos Olímpicos, também faz uma das suas: Alessandro Zanardi não pode comparecer à cerimônia de premiação porque passou a mais de 50 km/h em todos os radares da Av. Lúcio Costa. Teve que passar o resto da tarde na delegacia de trânsito se explicando. Tudo acaba em pizza. 

Vamos lá que está acabando o sofrimento:  Em OUTUBRO,  no GP do Japão, vitória de Hamilton, com Nico, já resignado, em segundo. Alías, Nico anuncia que vai pro lugar de Massa na Williams. Sem a verba da Petrobras a coisa ficou complicada pro Felipe em Grove. O GP de Austin é confirmado em cima da hora, mas também é o último, o que abre um rombo no calendário do mês de outubro de 2017. Com o fracasso do GP da Coreia, Bernie tenta de novo o caminho das Índias. A Force India aproveita a oportunidade e vai exigir pelo menos 35% das verbas para as equipes, alegando razões históricas, que ela tem a base mais próxima de Silverstone, que é o berço da Fórmula 1. Vence Nico em Austin, que na coletiva pós corrida vai comentar que o seu objetivo para o final do ano é somente tirar pontos de seu “adversário de equipe”. Toto Wolff coloca panos quentes, dizendo que Nico queria se referir como a F1 sendo uma equipe como um todo, e poderia  ser qualquer adversário. No México, Checo Perez aproveita o GP de casa e anuncia a sua ida para a Mercedes.
Em NOVEMBRO, não vai ter FSAE Brasil. Mas vai ter GP Brasil, e vai ser aquela dúvida, sempre pode chover, nunca se sabe que estratégia adotar. Ferrari gasta seus últimos tokens e faz um upgrade de motor que a coloca no mesmo nível dos Mercedes. Mas mesmo assim, sob chuva, Hamilton vence com Nico em segundo, o que garante seu quarto título. Lewis chora na coletiva, dizendo que era especial superar Senna na pista dele, e parte logo em seguida pro Café Photo. Em Abu Dhabi, a corrida é tão chata e não vale nada que nem precisa considerar que ela existiu. Nem a Globo vai mostrar, de tão inútil que é. Vai mostrar algum jogo de futebol daqueles que não vale nada, disputa pelo 13º lugar na tabela. Pra não ficar de fora, a Renault vai para a FOM, e acha que uma divisão justa seria 35% para equipes de montadoras que entraram 3 vezes na F1 com equipe própria. E a olimpíada ainda não acabou não! A medalha para Robert Scheidt é devolvida, após falsa acusação de doping. O que se suspeitava ser um hormônio para aumento da resistência muscular, se comprovou ser derivados do esgoto da Baía de Guanabara.  

Em DEZEMBRO, começa a silly season. Bernie percebe o óbvio, que as áreas de escape são seguras, mas tiram a imprevisibilidade da corrida. Então decide que vai colocar em cada área de escape asfaltada um lago, com um jacaré dentro. Mas o IBAMA avisa que não pode, e a GPDA rejeita os alligators americanos. Então ficam com um calango mesmo, mas a tradução sai errado e no Brasil a notícia vem como "candango". O pessoal de Brasília fica feliz, vai poder voltar a frequentar algum autódromo. Ainda mais porque a grana pra reformar o autódromo foi pra cobrir o rombo do Mané Garrincha, que não dá lucro nem a pau. Resultado: tiraram de um defunto pra cobrir outro. Mas tirando os brasilienses, ninguém ficará sabendo de notícia nenhuma de automobilismo em dezembro, porque todos os canais de esporte no Brasil vão passar só futebol. Vão criar torneios, como uma copa do RS de futebol sub 18 para jogadores com chuteira menor que 42, vão passar Tottenham e Arsenal ao vivo,  vão passar Amigos do Grizzo x Chegados do Lumumba ao vivo também, afinal o jogo é pela caridade, mas caridade aos outros esportes nada.  A FOM finalmente anuncia que, após conversa com a Ferrari, vai passar 70% dos valores destinados às equipes para as aquelas que nunca mudaram cor da pintura em todos os seus anos de competição na F1. E em dezembro também eu não vou fazer as minhas previsões, por isso vou mandar agora a de janeiro de 2017:

Guiga e Youssef não vencem o Dakar; Ponte não ganha a Taça São Paulo, cuja final será disputada no aniversário da cidade. Não haverá edição das Mil Milhas Brasileiras. Vai começar o campeonato Paulista. O Reservatório da Cantareira vai estar longe de estar cheio, ninguém vai ter descoberto o que aconteceu no acidente da Samarco em Mariana, Os elefantes brancos das Olimpíadas se juntarão aos elefantes já cinzas da Copa, Dilma, Cunha e Renan seguem como presidentes das suas respectivas casas. Em Lorena, SP, trilhões de lactobacilos irão nascer. E o Gonzo vai quebrar a cabeça pra fazer algum texto minimamente decente pra colocar neste blog.



quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Tilt Table - Você está fazendo isso errado

Tá faltando o adesivo de aprovação na Inspeção Técnica.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Previsões 2015

Em primeiro lugar, as declarações de sempre: Este post é declaradamente de humor, não deve ser levado a sério. Não reflete as opiniões do autor nem do blog. Pedimos que os terroristas fundamentalistas não ataquem a redação deste blog, situada à Rua dos Bobos, número zero.

Feito isso, sem introdução, porque não tenho inspiração. Como sempre, vai sair atrasado, e a brincadeira sobre o cancelamento da F-Indy em março não pude fazer. Mas era previsão mais que óbvia, assim como a destruição do autódromo. Enfim, segue:

Janeiro
Ponte Preta disputa a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Não vence. Amigos, depois que a Ponte perdeu a Sulamericana, e o Ituano ganhou o Paulista, a sorte dos pequenos esgotou de vez. Acho que só em 2078, ou mais. No Dakar, nenhum brasileiro vai ganhar também. Gilberto Kassab vai mandar extender a lei da cidade limpa para todo o Brasil. Não vai pra frente porque ele usou o carimbo de prefeito de São Paulo na hora de mandar o projeto de lei. O autódromo em Deodoro não vai ficar pronto. Bernie anuncia que cada piloto só poderá usar a zebra 2 vezes em toda a corrida, senão é drive through. Vai ter tempestade de verão alagando São Paulo no final do mês.

Fevereiro 
Vai ter pancadaria no final de uma corrida da Nascar. Isso porque Kyle Busch vai acusar Brian Keselowski de ter colocado tubaína no leite dele, antes da corrida. McLaren e Honda são proibidas de atualizarem seu motor,segundo decisão do Technical Working Group. O AS, da Espanha, lembra que o TWG é formado por membros da Red Bull, Lotus, Ferrari e Mercedes. Suspeito, portanto. Novo ministro dos Esportes é flagrado tentando jogar tênis no saibro usando uma raquete de ping-pong. Vai ter muito trânsito na Anchieta na quarta-feira de cinzas, portanto, evitem a região de São Bernardo no final do dia. Gabriel medina é manchete nos maiores sites de notícias pois é flagrado futucando o nariz no Tahiti. 

Março
No final do mês, o campeonato Brasileiro de Rally Cross Country vai ter um líder. Marco Polo del Nero vai aparecer de mão dada com a capa da Sexy de fevereiro. As chuvas de março fecham o verão, mas não as contas da Sabesp. Os reservatórios não enchem como o esperado. No Rio de Janeiro, um motorista de ônibus vai perder o controle do carro e bater. BBB termina e ninguém se dá conta nem que começou... Ah, é, o blog é sobre automobilismo, então vamos voltar ao assunto nas previsões. O campeonato começa em Melbourne, com vitória de... Jenson Button! Em segundo, 45 segundos atrás, fica... Fernando Alonso! Em terceiro, uma volta atrás, Felipe. Massa. Nasr vai abandonar. Alonso reclama que poderia ter tido chances caso a Mclaren tivesse deixado atacar Button nas últimas 3 voltas, quando a diferença era só de 42 segundos. A imprensa espanhola, sempre imparcial, coloca Ron Dennis como o anticristo novamente, lembrando 2007. Na Malásia, a corrida vai ser quente pra caramba, vai comer pneu, mas Jenson vence de novo, seguido de Alonso. Dessa vez o espanhol dominava a corrida, mas o pneu acabou e ele rodou a 6 voltas do fim, não dá pra recuperar. Imprensa espanhola declara que a Pirelli, italiana, ficou magoada por Fernando ter saído da Ferrari, e forneceu propositalmente pneus ruins para Alonso. Pirelli nem comenta. Baja vai ser vencido por uma equipe brasileira.


Abril
Tem GP na China e no Bahrein. Vitórias de Alonso e Button. Autosport descobre que o segredo da McLaren pode ser aqueles fios laranja que saem da bateria indo direto para o turbo. Williams bate consistentemente a Mercedes. No último dia do mês, Todt e Bernie aparecem em Yeongham, dando com o portão fechado e o faxineiro não entendendo nada. O baixinho da FIA olha pro baixinho da FOM, e diz: "Pô, mas você não me falou que todo mundo estaria aqui?" O britânico devolve pro francês: "mas era pra você ter avisado!", e puxa da cartola uma multa para a FIA. A Whitbread vai passar por aqui e só vai sair uma notinha no Esporte Espetacular, com matéria do Clayton Conservani, antes do GP do Bahrein. No Bahrein, aliás, Felipe Nasr erra a freada e acerta as duas Force India na largada. Vijay Mallya pede a suspensão da superlicença do garoto. Galvão fica nervoso: "onde já se viu? As Force India claramente frearam para fazer a curva, o Nasr não teve culpa. Não se pode frear numa entrada de curva!" O GP do Bahrein é o primeiro do ano a passar na Globo em VT. Ministro dos esportes é flagrado tentando fazer remo usando aquelas mesmas raquetes de ping pong.


Maio
Confirmado que o segredo da Honda é o escoamento hipersônico induzido por corrente alternada dentro da turbina. Equipes tentam provar que ilegal. Nairo Quintana não vai defender o título no Giro. José Sarney, no ostracismo, (o que é o pior castigo para quem viveu a vida toda no poder) tenta entrar em contato com Bernie Ecclestone para entender como funciona a F1. Bernie é Bernie, mas Sarney é Sarney, então o inglês manda dizer que não está. Bernie acha melhor não se meter com gente da pesada. Kanaan vence novamente a Indy 500, com Hélio Castro Neves abandonando no começo. Globo exibe no Esporte Espetacular matéria especial de Régis Rösing, com Adriano Imperador, mostrando o drama do jogador, como ele está tentando se recuperar. No final da reportagem, música triste, close no rosto, olhos mareados, e a declaração: "Eu mudei, agora é sério. Só quero uma chance para mostrar o meu talento". 

Junho 
Vettel, antes da classificação na Inglaterra, encontra uma etiquetinha no pedal do freio, dizendo "Ausziehen vor fahren. M.S." Era um limitador do pedal do freio, mas o Alonso não entendeu o que era, não sabe alemão. Vettel tirou a peça, começou a virar tempo na Ferrari, que saltou de oitavo para segundo no grid no Canadá, atrás de Button e na frente de Alonso. Imprensa espanhola reclama que o carro está dopado, e pede que a FIA recolha uma amostra da água do radiador para levar para a exame. Button vence em Montreal de ponta a ponta, lidera folgado o campeonato, e todo mundo faz referência a 2009. Mercedes consegue uma brecha no regulamento, e coloca escoamento hipersônico, mas na entrada da turbina, na Áustria. O campeonato embola, e a imprensa espanhola fica indgnada porque Button tem preferência, apesar de estar a 34 pontos na frente de Alonso. A corrida de Le Mans terá 24 horas de duração, e vai ser vencida por um protótipo. Botafogo contrata Adriano Imperador pra usar na Série B. Ele aparece no primeiro treino, aquela festa. Atrasa no segundo dia, nem aparece no terceiro. Ah, e Di Grassi, a muito custo depois de uma reação impressionante de Algersuari, vence o campeonato da Fórmula E em Londres. Imprensa espanhola reclama que a bateria do brasileiro é da Dell, e de todos os outros é Chianglong.

Julho
"Superação é o que define Robert Kubica." É a manchete de metade dos sites de automobilismo em 05 de julho. Ele vence a sua primeira prova no WRC, depois de ter batido nas 6 etapas anteriores, todas nas últimas especiais. E Kubica vence logo na Polônia. Imprensa espanhola declara que Kubica será o próximo companheiro de Alonso em 2016. Marco Polo del Nero é flagrado saindo de restaurante com a capa da Sexy de junho. Red Bull é flagrada testando em Spielberg, e Christian Horner alega estarem gravando o novo clipe das Spice Girls. Horner virou empresário do retorno das Spice. Um enxame de abelhas vai atacar um leão na Savana africana. Ninguém vai ver isso, então não vai ter como provar essa previsão. Gilberto Kassab, que ainda não sabe que não é prefeito de São Paulo, lança um projeto de lei que proíbe as pessoas de cuspirem, para evitar o disperdício de água. Marco Polo del Nero é visto saindo com namorada nova de restaurante, é a capa da Hustler de junho. Ministro dos esportes visita o mal acabado centro de treinamento de esgrima em Deodoro e tenta usar aquela mesma raquete de ping pong como sabre.

Agosto
CT vai tirar férias no começo do mês. Sabesp finalmente descobre porque os resevatórios não encheram. Lembram daquele fosso que o Eike Batista fez dentro do lago de Interlagos? Foi nas previsões de 2012, acho. Pois é, deu um "pobreminha", o poço que ele fez lá fraturou a rocha, e a água estava escoando toda para Bertioga. O Rally dos Sertões não vai passar por nenhum estado da Região Sul este ano. Kimi é flagrado nas ruas de Porto Alegre correndo pelado. E bêbado. Na coletiva do GP da Bélgica, disse estar aderindo a uma moda local. Um competidor de algum esporte olímpico, tipo tae-kwon-do, boxe, ou canoagem, se sagra campeão mundial. A imprensa brasileira celebra a nova surpresa. São tão entendidos de esporte que não sabiam que essa pessoa já era vice-campeã no ano anterior, e está liderando o ranking em 2015. Ministério Público decide investigar as obras de reforma do Autódromo de Interlagos. Obras são paralisadas, para pânico do Thamas Rohoni (e do Rafa também).

Setembro
SporTV desiste de passar o GP da Itália ao vivo. Prefere transmitir um jogo da terceira divisão do campeonato francês, ao vivo. No SporTV 2, Atalanta e Chievo, ao vivo também. No SporTV 3, um VT do amistoso do Brasil contra a Costa Rica, sub 17. É o canal dos esportes, a um ano da olimpíada em casa. O país do 7 a 1 trabalha firme para continuar sendo o país do 7 a 1 em todos os esportes. Falando em 7, pouca gente vai trabalhar no dia 7. George Bush, o filho, tenta voltar ao governo americano, dizendo ter provas que Saddam Hussein e Bin Laden estão vivos, e escondidos na faixa de Gaza. E mostra uma foto dos dois juntos a Michael Jackson como prova. Ministro dos esportes vai no churrasco de amigos numa chácara, e finalmente entende como se usa aquela raquete de ping-pong. Ah, e tem F1 também. FIA libera para todo mundo o capacitor que produz o fluxo hipersônico, mas não adianta muita coisa pra quase todo mundo. Pra Ferrari e Sauber, são liberados dois capacitores, e os carros de Maranello começam a andar na frente. Vettel, que vinha batendo na trave faz tempo, vence em Cingapura. Ericsson é demitido e entra no lugar Kovalainen. Nasr faz o seu primeiro ponto. Bottas bate consistentemente Massa, e Galvão (a Globo vai transmitir Cingapura ao vivo),  fala que Felipe Massa precisa, mais do que nunca, de um bom resultado para continuar na Fórmula 1 em 2016. Vettel vence de novo em Suzuka, e passa Alonso na classificação. Somente Reginaldo Leme vai lembrar do acidente do Bianchi,e fazer um comentário na Globo. Galvão vai concordar, e falar que é um absurdo terem culpado o piloto, que cartola não sabe o que se passa dentro de um carro de corrida. E em seguida mete o pau no Hulkenberg por ter fechado o Nasr, numa manobra normal de corrida, culpando o alemão. Obras em Interlagos seguem paradas.

Outubro
 Uma equipe de Madagascar vai vencer o FSAE Brasil (essa competição tá tão fácil que qualquer equipe decente com pneu velho ganha...) Será anunciado que as 500 milhas de Indianápolis de 2018 serão disputados no terceiro domingo de maio, e no circuito oval de 2,5 milhas, se não chover. O GP de Mônaco de 2018 será disputado no mesmo dia, em circuito de rua, com chuva ou sol. (Ó, já tô fazendo previsão pra mais longe ainda). Fórmula E anuncia que o Fan Boost vai ser um pouco diferente. O piloto que tiver o #nome mais twittado, larga meia volta na frente dos outros. Twitter cobra uma taxa do promotor para poder atender a demanda extra, mas a empresa recebe uma ligação de Bernie Ecclestone e fica tudo certo. Agora o Twitter será patrocinador oficial da Fórmula E. Valentino vence a segunda seguida na MotoGP, mas não é suficiente para começar uma reação no campeonato. Marc Marquez é campeão novamente em Motegi, ao chegar em segundo. Imprensa espanhola somente comemora.  Ameaça de bomba ucraniana em Sochi faz Putin cancelar a sua ida ao GP da Rússia, com vitória de Hamilton. Com o abandono de Button em Austin, o campeonato embola. Circuito das Américas mais vazio do que em anos anteriores. Treinos no Hermanos Rodriguez no final do mês, e todo mundo vai falar que não é a mesma pista, sem a peraltada. Que mataram a essência do circuito, em nome do comercialismo de se colocar a pista no estádio de beisebol. Mas ninguém vai fazer uma análise crítica e pensar que com a exigência de um carro de F1 atual, que precisa de um asfalto tão liso quanto lençol de suíte presidencial do Hilton, e com o downforce gerado por esses carros, a Peraltada seria somente uma curva a mais, pé embaixo. O que fazia aquela curva ser respeitada era a alíviada para poder entrar, e os dois saltos grandes no meio dela.

Novembro 
O presidente do TCU recebe um telefonema de Bernie Ecclestone, e as obras do autódromo são retomadas. Até o pessoal que faz a cenografia da Globo é chamado para fazer as reformas, que vão dia e noite. Mesmo assim, não é certeza da realização da corrida. Cogita-se transferir a prova pra Brasília... Não, não vai dar. Jacarepaguá... Também não. Acabam pensando em Termas do Rio Hondo, na Argentina, mas desistem. Não tem Café Photo por lá. No GP do México, um monte de mexicano vai ver vitória de Alonso, que se aproxima de Vettel na classificação. Imaginem as manchetes dos jornais espanhóis, com Vettel a 8 pontos atrás de Button, dois na frente de Alonso, e a perspectiva de cancelar o GP Brasil (corrida a menos pra recuperar)? Jornalistas espanhóis voam direto do México para São Paulo e ajudam nas obras de Interlagos. Barrichello lança no twitter uma campanha para reativar a Caterham, e enfim fazer a sua despedida em Interlagos. Consegue 2% do necessário. O GP Brasil acontece, com Kayky Britto terminando de pintar a zebra do Laranjinha minutos antes do primeiro treino começar na sexta. O fato é manchete no Jornal Hoje, Jornal Nacional, Jornal da Globo e o Bom dia Brasil da segunda-feira. E no Globo Repórter de sexta. Galvão exalta o trabalho em equipe do povo brasileiro, inclusive da vó do Barrichello, que forneceu café nas madrugadas insones de obras. A verdade é que a coitada não conseguia dormir com o barulho. Mas enfim, Button vence fácil, depois de um bololô na largada envolvendo Nico, Vettel, e Alonso. Imprensa espanhola, com calo na mão depois de tanto bater laje, nem reclama muito. Querem somente voltar pra casa e dormir. Button Campeão, o que faz da corrida de Abu Dhabi tão inútil e desinteressante quanto ela é. Nem vale a pena gastar a bola de cristal por ela.

Dezembro
Não vai rolar muita coisa. Massa é demitido da Williams, e não consegue ficar na F1. Num anúncio lacônico no Twitter, agradece a todos, vai tirar um ano para descansar, e tentar novos caminhos. Recebe proposta da Indy, mas acaba indo pra Fórmula E, no lugar do Di Grassi, que vai ficar de piloto oficial da Audi para WEC e DTM. Mas todo mundo da imprensa, espanhola inclusive, vai falar que se vai embora o último dos pilotos da era romântica da F1. Barrichello não conseguiu andar de Caterham, nem se candidata a voltar para Grove, mas é bicampeão na stock, e de brinde leva as 500 milhas da Granja. Felipe Nasr assume o lugar de Massa. Bernie anuncia que em 2016, cada piltoto poderá disputar somente 4 corridas na chuva. Pena de 10 posições se correr a quinta corrida na chuva, e 20 posições se largar na sexta corrida molhada. O que não faz muito sentido, porque o campeonato todo foi disputado em 2015 por 16 carros, e deve continuar assim em 2016. Bernie anuncia também que José Sarney será seu substituto na FOM, quando ele morrer, e que pra facilitar para o nosso imortal, toda a F1 teré que falar português. Bernie é esperto, mas Sarney é mais... Se cuida, Bernie! 

domingo, 29 de junho de 2014

Rod End in Bending - Parte 2

No post anterior, eu falei dos problemas em se usar um terminal rotular em flexão. Mas ainda não dei dicas verdadeiras de solução do problema. E a coisa boa é que existem várias. Então vamos ver como funciona um terminal rotular um pouco diferente. Este é visto em quase todas as  barras de direção:

Fig 07: Barras de direção

Isso é usado no mercado. Uai, mas pode? Pode. E qual a diferença para o outro, que acabamos de ver? Neste caso, a diferença está na aplicação. Barras de direção trabalham em tração e compressão, a flexão dela é irrelevante (quem segura a flexão são as rótulas entre as bandejas e os pivôs, como vimos acima). Pode isso, porque somente temos esforços de tração e compressão ao longo da rosca, exatamente para isso que ela foi desenhada.

Então se pode usar terminal de direção, vamos a nossa figura 8, que mostra uma solução possível:
Fig. 08: Suspensão com 3 terminais de direção.

No exemplo acima, temos 3 terminais de direção. Como o terminal de direção pode ser usado sem restrições, então não tem problema em fazer assim, certo?

Errado. Se você acha que o desenho acima é certo, então infelizmente não entendeu nada. Não é o tipo de terminal o problema. É a barra roscada do próprio terminal trabalhando em flexão que não deve ser usada.
Se você entendeu tudo o que está escrito acima, vai perceber que o terminal rotular com haste roscada está condenado para esta aplicação. Mas não está condenado para sempre. Veja um bom uso para ele:
Fig 9: Suspensão tipo swing axle, um bom uso de terminal rotular de esfera

A suspensão traseira do tipo swing axle usa uma barra de tração. Como o nome diz, essa barra será submetida a tração, e neste caso, não há flexão do terminal. É um caso de uso correto do terminal esférico.

Isso tudo entendido, chega de enrolação. Vamos aos finalmentes, como fazer o jeito certo.
O primeiro tipo de solução é este aqui, com o uso de um terminal rotular esférico, mas a rosca para montagem fica no corpo do próprio terminal

Fig 10: Exemplo certo desenhado

Você já entendeu o porquê de se conectar a manga a bandeja de suspensão dessa forma. Neste ponto do texto, isto TEM que te parecer natural. Se ainda não entendeu, releia o post anterior desta série.

Repare que no exemplo acima ainda temos uma pequena mudança na fixação da bandeja inferior no chassi. Aqui temos um eixo com buchas ao invés de um terminal rotular com rosca. O princípio é o mesmo: evitar que o terminal trabalhe em flexão. A bandeja superior mantém o desenho de uso de terminal rotular, e eu desenhei assim de propósito, seria a única situação que eu aceitaria numa competição de Baja ou Fórmula se a equipe tivesse um bom motivo para fazer assim.

E se você não entendeu porque a fixação da bandeja no chassi é assim, fica de lição de casa. Vai pensar um pouco e veja que realmente o projeto é mais refinado desta forma. Estou falando em resistência mecânica, não entro no mérito se o compliance da bucha de poliuretano com bissulfeto que vai dentro dessa fixação é melhor que a histerese provocada pelo atrito da esfera metálica dentro do terminal rotular. Aí é assunto pra outra conversa.

 E se você ainda acha que esta solução não vale a pena, então porque a Kawasaki usa isso nos seus quadriciclos?


Fig 11: Quadriciclo Kawasaki

 Aí você diz: “Tá, mas isso é pra carro off-road, meu negócio é pista. As cargas de frenagem altas não são suficientes para quebrar meu terminal.” Mesmo que isso fosse verdade, olha a bandeja inferior do Dallara F302 (Fórmula 3, modelo 2002):


Fig 12: Bandeja de suspensão dianteira inferior de um Dallara F3 (Retirada do manual da Dallara)

E esta é a única solução? E se eu quiser ainda ter um pouco de ajuste? Bom, aí fica um pouco mais complicado, mas é possível. Só é necessário usar plaquinhas de ajuste. Esses espaçadores ajudam, mas realmente fica bem mais limitado. É uma solução mais apropriada para os carros de fórmula, onde a precisão do ajuste faz enorme diferença. Tem projetos patenteados, que não posso publicar aqui. Mas o princípio da coisa eu posso:


Fig 13: Método de ajuste de cambagem.

Dependendo do projeto, dá até pra fazer outros ajustes. Olha, de novo, o exemplo do Dallara F302, como muda a altura do roll center:


Fig. 14: Regulagem de altura de roll center, manual do Dallara F302.

Estes são projetos comuns no mercado de competição, e existem alguns até mais simples do que isso. Tem gente que tem uma manga para cada geometria, e tem gente que consegue fazer tudo isso com poucas peças, usando as boas práticas da engenharia.


Espero que vocês tenham entendido o que está errado com os terminais rotulares em flexão, e o que pode ser feito para se arrumar isso. Bajeiros e formuleiros agora não tem mais desculpa: se aparecerem na competição com esse projeto, e sem uma boa justificativa, além de tomar nota baixa na avaliação, vão aprender um pouco sobre orelha puxada trabalhando em flexão... 

Rod End in Bending - Parte 1

Eu tive a ideia de fazer o Telecurso Zé Ruela por causa deste problema, e este post deveria ser o início da série. Mas como os posts de pneu já estavam prontos, acabaram entrando primeiro, e esses aqui ficaram na geladeira por anos Espero desovar mais telecursos meio acabados em breve.

Um terminal rotular trabalhando em flexão é um problema grave. E mais grave é que pelas fotos das últimas competições estudantis pelo Brasil, eu pude perceber que a coisa virou uma praga. Todo mundo está fazendo isso nos seus carros, e como parece ser uma solução elegante, virou meio que default. E os juízes devem coibir isso. Meu medo é que com os anos isso vire uma coisa normal, os juízes considerem isso normal, os estudantes se formam e vêem isso normal, e no dia que eu comprar um carro com isso, vou pessoalmente na fábrica chamar o engenheiro de burro.

Então vamos pro problema. Me desculpem os desenhos, mas desde que mudei de trabalho não posso mais usar o Catia, e ficaram somente os desenhos na mão pra explicar as coisas. Mas melhor isso que nada, certo?

Deixa eu começar pelo começo: há muitos anos atrás, quando eu ainda participava de uma equipe de MINI BAJA (e olha que faz tempo que o termo mini baja não é mais usado), enchia o saco do Rato para que ele fizesse uma suspensão dianteira assim:
Fig. 1 – esquema em vista explodida de uma suspensão duplo A com erro em aplicação

Era o mundo perfeito: com essa suspensão dava pra ajustar cáster, câmber, convergência, e até um pouco de ajuste da bitola. Tudo poderia ser feito simplesmente rosqueando a mais ou a menos alguns terminais. E, atrasado no curso como sempre fui, não entendia porque ele não fazia essa suspensão.

Me formei, vi que isso era errado, mas confesso que não entendia direito o tal do REIB, ou Rod End In Bending. Traduzindo: Terminal rotular em flexão. Então, vou tentar ajudar a quem também não entende direito isso, pra ver se não acontece mais de eu encontrar essa praga nas competições.

Pra começar, vamos ver algumas das cargas que passam da manga para a bandeja. Essas cargas necessariamente passam pelos terminais, já que são o elo de ligação entre os dois componentes. Nesta figura temos a vista frontal de uma suspensão dianteira:

Fig. 02:  Momento fletor no terminal em vista frontal

Em azul, as cargas que entram vindas do solo, e em verde a reação do conjunto amortecedor/mola. Repare que mesmo que a reação esteja alinhada com o ponto de apoio, no terminal rotular ainda há uma flexão (em vermelho).

Isso foi em vista frontal, uma situação onde é mais crítico para carros off-road, apesar do desenho ser de um carro de pista. Agora vamos ver uma vista lateral, que é mais crítica para carros de asfalto (com um desenho de carro off-road, me perdoem):
Fig. 03:  Forças atuantes na manga em vistas lateral e superior

O que temos aqui são as cargas de frenagem, uma reação da pinça de freio sobre a manga. Isso gera um binário na manga, cuja reação é representada pelas setas azul e verde. Quem segura este movimento de girar a manga (e a pinça de freio) junto com a roda é a bandeja de suspensão. E essa carga passa pelos terminais rotulares. Na vista superior podemos ver como ocorre essa flexão do terminal. Pra facilitar, mostrei somente a carga sobre o terminal superior. Em verde, as cargas da manga, e em vermelho, a flexão.

Certo, e como resolver isso? Vamos ver primeiro a principal recomendação de como montar um terminal rotular em uma barra:

Fig 04: Boa prática da instalação da de um terminal rotular.

Reparem que a ponta do terminal está “enterrada” na barra (ou bucha) em pelo menos uma vez e meia o seu diâmetro. Isso é importante para que a transferência de carga seja gradual da rosca do terminal para a bucha da barra. Além disso, temos uma contraporca para manter a posição do terminal. Essa contraporca é importante, e acreditem, se ela ficar solta, a barra vai correr. Se o outro lado for uma rosca esquerda, aí pior ainda. Você com certeza vai perder a regulagem. É incrível como eu pego essas contraporcas soltas em inspeções, tanto pra SAE como para a CBA.

Aliás, um parêntese aqui. Muito cuidado com o torque aplicado nessa contraporca. Consultem sempre o manual do fabricante do terminal sobre o torque a ser aplicado. Torque de menos solta a porca. Torque demais cria uma tensão extra sobre a rosca do terminal, e com a tração a ser colocada na barra que já vai trabalhar a peça, pode haver a ruptura.

Vamos ver agora como acontece a quebra. Já vimos antes quais são as forças fletindo o terminal, então vamos olhar em mais detalhe como o ocorre a falha:

Fig 05: Terminal submetido a flexão

Claro que a imagem acima está exagerada. Mas as forças de flexão tendem a fazer isso. Acontece que a barra que está fletindo é uma rosca, um concentrador natural de tensão. O resultado é fácil: esforços cíclicos + concentrador de tensão = Fadiga acelerada. Com o tempo isso vai quebrar. Isso se não der azar de bater num morro, numa zebra, um esforço a mais vai provocar quebra imediata.

E o que fazer para evitar isso? Bom, eu posso evitar que o terminal flexione da maneira que está na figura acima, colocando porcas e arruelas, para que a barra fique próxima do início da rosca. Assim não vai ter problema, a maior parte da rosca vai estar apoiada. A figura abaixo dá uma ideia do que vai acontecer:

Fig. 06: Terminal com porcas apoiando a barra.

Ué, mas se a rosca está quase toda escondida, protegida, porque falhou? O que aconteceu? Lembre que o momento de flexão é o mesmo: o peso do carro não mudou, os pontos de apoio do amortecedor não mudaram, a geometria da suspensão também não, nem a manga. Portanto, as condições são as mesmas das figuras 02 e 03. A única coisa que mudou foi a contraporca extra para dar mais apoio. Antes, você tinha, vamos supor, 12 fios de rosca expostos, para fletir. A carga de flexão estava distribuída nesses fios. Agora, você tem 6 fios fletindo, e o momento de flexão é o mesmo. Resultado: vai quebrar mais rápido.

Se você tentar “juntar”a contraporca na cabeça do terminal, como no detalhe da figura acima, para evitar ao máximo o número de fios de rosca expostos, mesmo assim não vai adiantar. SEMPRE vai ter um fiozinho, uma entrada de rosca exposta, e é justamente ela que vai quebrar, porque toda a tensão estará nela. Não, essa solução não serve.

Novamente, o que fazer pra evitar isso? Tá fácil. A resposta vem na ponta da língua: É só colocar um terminal de diâmetro maior. Com uma área de seção maior, as tensões serão menores, e poderemos prolongar a vida em fadiga, certo?

NÃO.

Essa não é uma solução elegante. Aliás, é uma solução bem tosca, do ponto de vista de engenharia. Não interessa o diâmetro, a rosca continua lá, concentrando tensão, abrindo a trinca. Na verdade, ao colocar um terminal maior, você está adiando o problema, não resolvendo. Isso é errado. Não dá pra implementar essa solução num carro de rua. Ou pior, imaginem como seria em um caminhão. A manga e suas conexões são componentes críticos, cuja falha pode levar a sérios acidentes. Não dá pra brincar.

Mesmo se o aumento do diâmetro da rosca fosse uma solução viável, a pergunta seria: O quanto aumentar o diâmetro? Para um bom fator de segurança, seria necessário dobrar o diâmetro. Um juiz de design de Fórmula SAE ficaria muito bravo ao ouvir que a massa suspensa foi aumentada porque a equipe não sabia como resolver o problema...

Sendo realista, eu até concordo com a fabricação de uma bandeja com terminais em flexão, para fins de ajuste fino do carro. Você pode usar o terminal rotular trabalhando em flexão numa bandeja protótipo, e depois que o carro estiver ajustado, pegar as dimensões da bandeja, os ângulos da geometria de suspensão, e fabricar a bandeja definitiva. Eu daria um crédito para a equipe que fizesse isso e me contasse na competição. Seria uma forma válida de desenvolvimento de produto, o uso dessa bandeja-protótipo. O que não vale é aparecer na competição com uma bandeja dessa dizendo que é protótipo, e o carro de produção vai ser diferente.

Acho que nesse ponto já derrubei todos os argumentos para se usar isso comercialmente. E em uso estudantil também. Lembrem que Baja e FSAE são carros de recreação, que no projeto devem ser produzidos em massa para serem VENDIDOS ao mercado de recreação. E mais do que isso, a competição avalia PROJETOS DE ENGENHARIA.

Até aqui foi explicado o problema, o que está errado. No próximo post eu explico o que pode ser feito para se livrar do problema de uma maneira definitiva.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Zé Ruela dando dica na Copa

Eu li isso aqui e não aguentei. Tinha que contar um causo de muitos anos atrás.

Não lembro o ano, e um colega e eu fomos escalados para fazer a pista do enduro do Baja, em Interlagos. Nos deram 2 dias de máquina, e um tratorista cardíaco, que quase bateu as botas no meio da Curva do Sol. Na verdade, quem bateu as botas foram os cabos de fibra ótica da reta oposta, mas isso é assunto pra outro post.

O que interessa é que naquela época, a competição do Baja era 2 semanas antes do GP Brasil de F1. Naquela época, ainda não havia as frescuras de fechar o circuito 3 meses antes pra colocar a instalação no padrão FOM. Então entramos no terreno, ali no meio do mato, pra montar a pista. No final do segundo dia, estávamos com o cronograma meio estourado. Estávamos no trecho final, mas no final da tarde, um helicóptero da Globo ficava nos atrapalhando.

Eu não sei o que ele estava fazendo, se gravava imagens do Paddock, de alguma curva em especial, se analisava interferência de sinal, ou se estudava os ventos pra aproximação do heliponto na curva do Sargento. O fato é que ele estava muito próximo do chão, e com o barulho e o vento, nós não conseguíamos nos falar. Pior ainda seria passar a instrução para o velhote tratorista.

Aquilo realmente estava incomodando. Fomos aos trancos e barrancos finalizando a pista, até que chegamos numa clareira. O colega me chamou para o centro da clareira, e falou comigo: Vou dar um jeito nisso aqui.

Ficamos um tempo ali, no meio do nada observando o Globocop. De repente, quando a aeronave estava bem de frente pra nós, escutei uma praguejada habitual, seguida de um "Quer filmar, filma isso aqui, seus trouxas" (ou algo assim). Olho para o lado, e vejo uma situação comum no Tusca, mas inóspita no meio de Interlagos. A visão do helicóptero deve ter sido mais ou menos assim:


Não sei se o helicóptero conseguiu cumprir a sua missão, ou se se assustou com a visão. O fato é que segundos depois o helicóptero sumiu, e pudemos terminar o trabalho normalmente. Prefiro pensar que foi a segunda opção.

Portanto, uma dica ao Jorge Sampaoli, técnico da Seleção Chilena: Se o helicóptero da Globo voltar a pairar sobre o seu treino, você vai ter 22 motivos para mandar embora o intruso!

domingo, 22 de junho de 2014

Tem boné da Brabham?

Ok, essa aqui era um pedido antigo de alguns editores deste blog, que sempre queriam ir ao GP Brasil usando um boné da Brabham. O diacho é que ninguém conseguiu o logotipo antigo da Brabham, aquele da serpente.

Aí eu consegui, não perguntem como, uma foto do bico da Brabham do Piquet. A coisa ficou guardada pra quando desse fazer o desenho. Mas no mês passado, com a morte de Sir Jack Brabham, voltei com o projeto. Então taí:



Claro, coloquei uma marca d´água do Blog, e é uma versão mais rústica. Deu um trabalhão danado fazer isso e não vou dar de mão beijada pra qualquer um. Se algum Zé Ruela quiser o desenho pra fazer a camiseta ou boné pode pedir que eu mando por e-mail. Taí sugestões de como homenagear o velho Jack (e sacanear os ambulantes) no próximo GP Brasil:



Mas, é claro, antes de fazer, tem que pedir licença de uso de imagem pro Bernie... Ele ganha dinheiro da F1 até com equipe extinta!




quinta-feira, 1 de maio de 2014

O Esquecido

Ainda é dia 30, amanhã vai começar uma chuva de homenagens ao Ayrton. Algumas merecidas, outras melosas, outras simplesmente sensacionais. Mas poucos aqui no Brasil se lembraram que no dia anterior, a F1 já havia sofrido um tremendo baque.


30 de abril de 1994. Eu também me lembro daquele dia. Fui pro colégio p. da vida, porque tinha que fazer simulado de vestibular. E, claro, eu queria ver a classificação do GP de San Marino na TV. Naquela época, meu caro Henrique, as corridas de F1 eram escassas, e só tinhamos a transmissão das classificações e as corridas para assistir. 32 oportunidades de ver F1 ao vivo no ano, muito diferente das 95 chances que se tem hoje. Minha irmã foi me buscar no colégio pouco antes do meio-dia, e eu, claro, doido pra saber o resultado, perguntei logo que entrei no carro:

- E aí, quem fez a pole?
- Senna, mas morreu um cara...
- Como assim?
- Um cara bateu, e acabou  morrendo, tá uma baita confusão.
- Quem?
- Um austríaco, não sei o nome...
- BERGER?
- Não, esse eu conheço!!! Outro...
- Putz, então foi o Ratzemberger, da Simtek.
- Esse mesmo.

Que m. Naquela época, eu tinha o péssimo hábito de invadir os boxes durante o GP Brasil, que em 94, era abertura do campeonato. E depois dos treinos de sexta, como de praxe, pulei a cerca do setor G, e fui subindo em direção ao paddock. Não havia visita ao pit lane naqueles tempos, mas mesmo assim eu sabia que de vez em quando os fiscais corriam os boxes peneirando os intrusos. Eles sempre começavam no box 1 e iam descendo até o 23, empurrando o pessoal para a passarela sobre o S do Senna. A receita era tirar fotos dos carros de ponta, e ir fugindo dessa peneira, até chegar no box da Minardi. Chegando lá, na cara de pau, era pedir para atravessar até o paddock (eles sempre ajudavam, até me esconderam uma vez) e assim a frente de fiscais passava por mim. Pronto, era só voltar pro começo do pit lane, e esperar uma outra onda de fiscais.

Mas num desses dribles, acabei caindo atrás dos boxes da Simtek. E lá estava Roland dando entrevistas, feliz da vida. Meu inglês era muito fraco, mas deu pra entender algumas coisas: que apesar de ter ido mal no treino, ele estava feliz da vida, que o seu objetivo era simplesmente guiar um F1 num Grande Prêmio. E que ele estava muito próximo de realizar o sonho. E, apesar do meu inglês, deu pra entender que ele tinha se esforçado muito para chegar lá, tinha vendido tudo, inclusive o carro, para conseguir verba para disputar a F3000, e conseguir dar o salto pra F1. A excelente entrevista da revista Warm Up nos leva a entender que as coisas foram um pouco menos difíceis, mas o esforço para chegar na F1 foi real, e foi muito duro.

Em 1994, as máquinas fotográficas eram com filmes de rolo. E as minhas fotos estavam acabando. Por isso, não tirei foto dele. Mas o que ficou foi um autógrafo num caderninho, e a lembrança de um cara que estava feliz simplesmente por estar lá. Ele sabia que não seria campeão do mundo. Sabia que não venceria provas, não iria marcar a melhor volta, talvez marcasse algum ponto. Mas isso não interessava, ele estava feliz por andar (ou se arrastar) num F1, e a sua alegria era contagiante.

Mesmo andando no fundo do pelotão, simpatizei com o cara, e com a equipe vira-lata que tinha patrocínio da MTV. Pena que foi por apenas algumas semanas.

As investigações que se seguiram após o acidente, foram um pouco abafadas porque o interesse maior era saber o que havia acontecido no Williams número 2. O Team Principal da Simtek era o Nick Wirth. Ele já havia se envolvido no projeto fracassado da Andrea Moda, e as fofocas da época diziam que o carro da Simtek não havia sido aprovado no crash test da FIA. O time só passou na inspeção porque Wirth era um apadrinhado de alguém na Federação. Consipirações à parte, Nick ainda trabalhou na Benetton, passou um tempo sumido e voltou no projeto da Virgin, naquele carro que foi desenvolvido 100% nas simulações de computador. Como sabemos, ele não teve muito sucesso, mas ainda mantém sua empresa, forte na parte de simuladores.



Esse aqui é o carro de 1995, mas é o modelo que eu tenho de papel de um Simtek. 
Sim, isso é de papel.

A investigação concluiu que a causa provável foi a rodada na curva Tosa, na volta anterior, que rachou um suporte da asa dianteira. Quando essa asa foi submetida a alta carga, no final da enorme reta curva de Ímola, quebrou. Ratzemberger bateu no muro a 300 km/h, e morreu imediatamente.

O curioso daquele final de semana é que Senna foi um dos que mais se preocuparam com a morte dele (existe aquela história da bandeira da Áustria no bolso do macacão). E foi justamente Ayrton quem tornou a morte do Roland um fato não tão lembrado no automobilismo. Mas eu, pelo menos, lembro bastante do dia 30, porque aquele cara me lembra que dedicação e trabalho, fazendo as coisas com alegria, dão resultado.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Tu tá de sacanagem, mermão??

Como estava em 12 de abril de 2013:

infelizmente não sei a quem creditar esta foto
 
Como está em abril de 2014:
 
Foto: Genilson Araújo/O Globo

Um ano depois, e tudo o que conseguiram fazer foi mexer montes de terra pra lá e pra cá? Os Jogos Olímpicos são daqui a DOIS ANOS!

Foi pra isso que destruíram Jacarepaguá?

Com as obras nesse ritmo, é difícil fazer qualquer previsão sobre Deodoro. Aliás, uma pequena atualização desse assunto que já está quase morto, para interesse de alguns: Realmente existia o paiol de armas naquele terreno. Mas ninguém é louco de colocar as cargas e os detonadores no mesmo lugar. Então a munição era guardada em um lugar, e as espoletas em outro. Assim, não há um enorme risco de explosão ao se mexer no terreno. O risco é mais ou menos como andar no centro do Rio e um bueiro explodir.

Mas voltando ao assunto do post, com Deodoro minguando, o automobilismo carioca mingua junto. A prefeitura pode até querer manter o seu compromisso, de enquanto Deodoro não sair, levar as provas de turismo e arrancada para Santa Luzia, em BH. O problema é que cada vez menos gente quer ir. Sair do Rio, perder um tempo em aeroporto ou estrada, os custos com transporte, estadia, alimentação, final de semana perdido sem a família, para correr de carro, não dá.

Com isso, os preparadores foram cuidar das suas vidas, os mecânicos também, a equipe de sinalização se desfez, tudo acabou. Pra começar do zero de novo vai dar muito trabalho. Tudo por causa de uma obra que não anda. Foram trocados aqueles 800 empregos fixos, de pessoas que viviam do automobilismo no Rio, por uns 8000 empregos temporários, de pessoas que assim que acabarem as obras vão voltar para os seus estados, ou ficarem desempregados perambulando pelo Rio. Bela troca...

Obrigado, Carlos Arthur.

PS: Um ano se passou, e os meus parças da Comunidade Vila Autódromo ainda estão lá. Que se mantenham firmes!!

segunda-feira, 14 de abril de 2014

História de Meca - Acontece nas melhores famílias

(e nas piores com maior frequência) São Paulo, oficina da Equipe Copersucar Fittipaldi, meados dos anos 70.

Jarbinha estava largando o serviço, já cansado, tinha refeito o bico do FD para a corrida da Alemanha, dali a 2 semanas. Emerson estava no Rio, numa reunião pedindo patrocínio, Wilson ajeitando as coisas na Inglaterra. Divila no túnel de vento do ITA, e Jô já tinha ido pra casa. Já era noite, mas antes de sair, Jarbinha percebeu que o Jorge estava saindo sorrateiramente da oficina, com algumas peças na mão. Estranhou o comportamento do colega. Foi atrás.

- Jorge, o que você tá fazendo?
- Relaxa, vou pintar umas peças.
- Mas porque não usa a cabine de pintura?
- Porque a carenagem tá secando, não dá pra usar.
- Então vai pintar onde?
- Aqui, ó. [e apontou para a parede ao lado da oficina]

Em seguida, Jorge encostou as peças na parede, puxou a linha pneumática, e mandou ver na pintura.

- Ô Jorge, assim vai pintar a parede também! Protege a parede!
- Precisa não. Isso aqui é tinta automotiva, sai em duas semanas...

Assim ficou a parede da oficina, naquela tarde fria de maio de 74:


E esta aqui é uma foto do prédio, 2 anos depois:

 

Nem precisa dizer que o Wilson ficou MUITO bravo com a peripécia. Mas é o tipo de coisa que acontece nas melhores famílias...

(Direitos Autorais das fotos pelo Revs Institute for Automotive Research)

domingo, 9 de março de 2014

Uátizápi é golpe de caratê?

Foi necessária uma comoção no blog, com campanhas pelo ICQ, Orkut, telegrama e pombo correio, pra me fazer voltar aqui. Como vocês me conhecem, estou sempre arrumando sarna pra me coçar. Além do trabalho, das madrugadas atendendo o plantão do trabalho, eu me enrolei no começo do ano com uma revisão de regulamento pra CBA. Então aqui vai um resumo das coisas que eu deveria ter escrito desde o começo do ano, em modo express:

- Já era mentira aquela historia de que a F1 não servia para nada de desenvolvimento de veículos para o mundo real, tive exemplos esclarecedores disso no último ano. Quando colocaram o KERS isso ficou ainda mais claro. Agora, com esses MGU-K, MGU-H, escambau, não tem o que falar. O desenvolvimento desses componentes que aumentam a eficiência do motor é absolutamente necessário. Não é concebível um motor de combustão interna gerar somente 22 a 25% de eficiência energética nos dias de hoje. Só que ninguém queria bancar esse desenvolvimento. Então a FIA botou as equipes pra desenvolver. Gol de placa do Jean Todt, quem agradece é a indústria, e o mundo como um todo.

- Uma boa coisa nessa regra vai ser o limite do combustível. Eu achava que essa era a melhor maneira de regular a potência do motor. Na regra antiga, eu achava que poderia até liberar o número de cilindros, a capacidade cúbica, o que fosse. Só queria uma limitação de 180 kg por corrida, e o povo que se virasse pra fazer o carro chegar no final. No triênio seguinte, 160 kg. e por aí vai. Isso ia provocar um aumento da eficiência. Agora, com as regras novas, isso ficou muito bom.

- O começo da temporada vai ser muito legal. Caótico, mesmo. Eu acho que vai ter menos de 3 carros cruzando a linha de chegada. Esse período de transição vai ser bem loteria.

- Se mandou bem na mudança de motores, a FIA viajou na maionese na última corrida valendo pontuação dobrada.

- Não sei de nada, fiquei sabendo pela imprensa também, mas a entrada da Petrobras na Williams deve ser muito proveitosa pra empresa. Mas de novo, não é da minha área, não sei de nada!

- Ainda devendo um monte de coisa pra vocês, tem muita historia de meca pra contar. E não prometo quando vou postar, porque a próxima vez que eu pisar aqui vai ser quando Urano alinhar com Vênus e Marte, em noite de lua azul. A não ser pelo próximo post, que infelizmente, vai ser tenebroso.

sábado, 24 de agosto de 2013

Excursão pra Spa

Aproveitando que a F1 está lá este final de semana, vou postar aqui as fotos e mais algumas coisas interessantes sobre o circuito belga. No começo do ano, eu recebi um convite pra ir visitar um amigo na Inglaterra. E a Carol sabe bem como é, sempre que se vai praqueles lados, por coincidência se passa perto dos autódromos, e aí a gente tem que visitar... E por mais coincidência ainda, era o único dia do mês que tinha visitas guiadas ao autódromo...

Bom, o passeio começa agradável, passeando pela região. O clima estava péssimo, cerca de 5 graus, apesar de ser primavera. Chegamos um pouco cedo, e pra fazer hora, dei uma passeada pelo circuito antigo. Essa aqui é a antiga Les Combes, quando era pra esquerda, e na área de escape tem um leve precipício. Na época, não havia o guard-rail, e os caras eram realmente corajosos de fazer os 1,2 km da reta Kemmel, e se arriscar a entrar nessa curva aí:

Dá pra reparar na foto que a pista estava úmida, daquele jeito que Spa é. Os caras não eram muito bons da cabeça, não. 

Mas o tour pelo autódromo começa contando a história da pista. A cidade de Spa, lá por 1890, era um lugar turístico, famoso pelas termas, e badalado pelos playboys da época. Mais ou menos como Mônaco é hoje. Alguns desses playboys montaram uma corrida pela região em 1904, mas não era disputada naquele famoso trecho entre Spa e Francorchamps. O autódromo no seu local atual seria inaugurado em 1921, mas a prova inaugural foi cancelada porque só tinha 1 inscrito...

A largada na pista antiga era feita na descida, depois da La Source, exatamente na frente da torre Uniroyal. A nossa excursão entra na pista numa passagem ao lado da torre:

Agora, a vista ao lado da torre. Os boxes foram todos reformados nos anos 80, e com a passagem dos anos foi mantido no padrão FIA. Hoje esses boxes ainda são usados nas corridas de suporte.


Em seguida, subimos em direção aos boxes novos, onde a F1 ocupa este final de semana. Essa é a visão do novo complexo, visto dos boxes antigos:


Uma curiosidade da foto acima: a casa de pedra (e o carro em frente) pertencem ao único morador do autódromo. Existe alguém que mora lá, e é claro, é funcionário do autódromo. É o enfermeiro de plantão. Imagina a dor de cabeça do cara se quiser sair de casa para comer uma pizza num sábado de F1...

O novo complexo foi erguido para atender as exigências de Bernie Ecclestone para a volta do GP da Bélgica, em 2006. Aliás, o guia, também funcionário do autódromo, contou sobre as artimanhas de Bernie para tirar mais dinheiro dos promotores. Nada além do que já conhecemos, mas o apetite do baixinho é conhecido (e odiado) por todos os promotores.

Eu conhecia os boxes antigos. E sabia da pressão do Bernie para realocar os boxes de Interlagos na época. Mas eu achava que era jogo de cena, porque se a F1 corria num lugar com os boxes como os de Spa, Interlagos não era o pior de todos.

Agora é diferente, o GP Brasil está ficando sem pretextos. Os boxes construídos em 2006 podem não ser suntuosos como os da Arábia, mas são enormes:

OK, a última foto estava ruim, mas com o frio que estava, mereço um desconto. Apesar de parecerem pequenos por fora, são gigantescos por dentro: banheiros particulares, e são tão altos que cada um conta com um escritório climatizado, num mezanino. São do tamanho que a F1 moderna pode ocupar. Assim como o padrão dos novos boxes de Silverstone, podemos esperar uma obra grande na reta oposta de Interlagos no ano que vem.

Abaixo dos boxes, 3 andares de estacionamentos, aproveitando o relevo da região. Cabem os motorhomes, e mais um monte de carros, que ficam próximos ao pit lane. Nada de estacionar no terrão no meio da curva do Sol, e subir uma rampa ou escada pra chegar no paddock...

Acima dos boxes, as cabines de rádio, a sala de imprensa, e a sala de coletivas ao lado:

E lá, nas paredes da sala, alguns pôsteres com a história do circuito. É lá também que são feitos os briefings antes das corridas. E tem também mapas do circuito. Notem uma coisa diferente neste mapa, que vai ser uma surpresa para muita gente:


Repararam alguma coisa "diferente do padrão"? Vai uma dica: não falta um nome aí embaixo?


Realmente é difícil de perceber. Mas o que me surpreendeu é que a curva NÃO SE CHAMA EAU ROUGE. Eau Rouge é só o nome do rio água vermelha que passa abaixo da curva. O nome oficial dela é Raidillon. E ela não faz parte do circuito original, construído em 1921. Foi feita anos depois. E Raidillon significa "subida íngreme". Eles sabem que o pessoal chama de Eau Rouge a curva, "algum desentendimento no passado" mas preferem chamá-la de Raidillon. E, pra quem não conhece, a subida é íngreme mesmo:


Muita foto, então um pouco de história. O guia deu um lado interessante sobre o traçado original, de 15 km ser tão perigoso. A pista (como todo o automobilismo) começou realmente a ser popular depois da 2a Guerra Mundial. E porque um perigo iminente, como aquela Les Combes da primeira foto, era aceito, e de uma certa forma, desejado? Porque a Raidillon foi feita, tornando o circuito mais seletivo, e muito mais perigoso? 

Porque na época, no pós guerra, a morte prematura era encarada como algo "normal". Todos europeus foram afetados pelas guerras, perderam parentes ou conhecidos, seja no front ou em bombardeios, ou de fome, mesmo. Eram tempos cruéis, e brutos. Eu não vivi aqueles tempos, mas isso me fez pensar o porque daqueles caras aceitarem andar tão rápido naquelas condições, e entender um pouco a lógica da época. 

O automobilismo só foi pensar em segurança na geração seguinte. Em 1969, houve a famosa greve liderada por Jackie Stewart, que culminou no cancelamento do GP.    

E saindo da sala de imprensa, o pódio atual, usado a partir de 2006, com o restante da turma da excursão:

O simpático guia é o que está no pódio. E atrás daquele povo todo, a torre de controle, sobre o box 1:

Faz tempo que eu não visito a torre de Interlagos, mas acho difícil que ela tenha um sistema de monitoramento permanente como essas pistas na Europa tem. Não é questão de falar que o que é gringo é melhor, e sim de dizer que uma estrutura dessas é necessária para segurança de todos os que estão nos carros na pista, e prestando atendimento fora dela. Mesmo considerando uma geografia favorável que permite visualização de quase toda pista, este é um investimento relativamente baixo para os benefícios que pode trazer. De qualquer forma, com os novos boxes, isso deve ser feito em São Paulo. 

Falando em TV, outra coisa legal que o guia falou: Bernie vende as transmissões por pacotes: Cada GP tem mais de 180 câmeras montadas. Mas você pode comprar, por exemplo, o pacote básico, com 11 câmeras que cobrem toda a pista, mais 1 onboard, mais uma câmera nos boxes. Mas esse pacote não te dá direito a narrador nem repórter no autódromo. Você pode optar por comprar um pacote melhor, com 40 câmeras, todas onboard, narrador, comentarista, repórter e câmera no autódromo. 

A nossa querida Globo deve comprar um pacote intermediário, e o pacote top de linha deve ser o que as emissoras inglesas compram, obviamente a um custo muito superior. A Globo lucra horrores com a transmissão da F1, mas também deve gastar outra indecência para realizar o GP Brasil, então precisa tampar o buraco de alguma forma. Isso ajuda a entender um pouco o produto que nos oferecem aqui.

E na parte final da visita, acima da sala de controle, o restaurante. A vista é bem legal: 
Dá pra ver a subida da Raidillon, a descida para a Double Gauche, e a aproximação para a chegada. E esse é o lugar que dá a melhor visão do circuito. O que me lembra mais uma história. Prometo ser a última, que isso aqui tá grande demais: nos primeiros anos, o sistema de monitoramento da pista era por telefone. Existiam postos de controle que eram cabines telefônicas espalhadas pela pista, ligadas à torre Uniroyal. 

Não havia transmissão ao vivo, mas tinha um narrador no sistema de som da pista. E o narrador ficava louco porque as informações chegavam desencontradas. Conforme espectadores que andavam pela pista informavam os operadores das cabines telefônicas, era passado para torre e pelo narrador. E muitas vezes eles estavam errados.  Então, era comum o narrador anunciar no sistema de som que o Vanwall número 3 havia abandonado a prova, quando o próprio Vanwall estava descendo a reta de largada na sua frente! 

Ou então, as informações chegavam picadas para todos, inclusive as equipes, conforme os espectadores fossem levando e trazendo as informações: "Houve um acidente na Malmedy" e minutos depois: "Foi uma Bugatti". "Foi Loius Chiron". Depois que família e equipe tivessem passado por um ataque cardíaco, vinha a correção: "Na verdade o acidente em Malmedy foi com Nuvolari, de Maseratti..." Realmente, tempos difíceis aqueles.

O final do tour previa uma volta na pista de ônibus, mas a pista estava alugada para um track day. e ficamos por ali mesmo, nos boxes, e poderíamos fazer o que quiséssemos. Mas como estava muito frio, a melhor coisa a fazer era entrar no carro e voltar pro quentinho do hotel...

A foto acima é a visão de uma cabine de transimissão. Obviamente, o narrador só consegue trabalhar com o monitor da TV na frente, porque na corrida não vê nada, mesmo.

Agora, só pra aproveitar, vou dar só um pitaquinho da classificação de hoje: 
O que deu na cabeça da Ferrari de desistir do Q3? Foram com pouco combustível? Acharam que estava garantido? Ficaram com medo de bater? Estavam com vontade de ir ao banheiro? Abrir mão daquela última volta é imperdoável. Ainda mais pro Alonso. Numa corrida dessas, prometendo ser caótica com a chuva intermitente,ele era um provável vencedor. Largando atrás, a chance de estragar a corrida da La Source é muito grande. E parabéns ao Van der Garde!! E parabéns pro CT!!