terça-feira, 27 de novembro de 2012

Despedidas

Só pra fazer de conta que eu participo desse blog, vou colocar aqui três vídeos que roubei do blog do Gomes. O primeiro é um resumo das pérolas do Kimi em 2012:


O segundo é o vídeo da BBC de despedida do Lewis na McLaren:
E o terceiro é o vídeo da BBC de despedida da temporada, muito legal:

domingo, 25 de novembro de 2012

Deu!

Esse foi o meu primeiro GP Brasil assistindo da TV. Depois de 25 anos, aposentei o boné e o protetor solar. Não foi tão traumático quanto eu pensava. É verdade que eu evitei de assistir as reportagens pré-GP, não vi nenhum treino, nem a classificação. E só liguei a TV com 3 minutos pra largada, pra não dar nem tempo de sentir remorso.

Não morri, pelo contrário, uma corrida como Interlagos na TV também é muuuuuito legal. O melhor ainda é ao vivo, claro. O conforto de casa também é um grande atrativo, e comparo a assistir um bom show no estádio, ou pela TV. É bom, você vê os detalhes, mas não é a mesma coisa.

Falando em ver os detalhes, pude acompanhar outra corrida. Além da maravilhosa disputa pela liderança e pelo título, havia outra disputa em jogo, que quase ninguém percebeu: o décimo lugar no mundial de construtores. É que os 10 primeiros tem o direito de ter os custos de transporte bancados pela FIA.

Nada, nada, deve dar uns 40 milhões de dólares de diferença. São 9 equipes antigas, mais as 3 nanicas. Ou seja, só a melhor delas ganha o bolo. Por direito e média dos resultados do ano, essa décima vaga seria da Caterham. Mas com umas bobeadas na estratégia, acabou que em uma corrida a Marussia conseguiu um décimo segundo.

Foi uma batalha tremenda para fazer um décimo segundo, para empatar a classificação, e ficar em décimo no campeonato. Mas foi muito difícil. Os carros realmente não conseguiram melhorar a ponto de fazer frente aos outros times já estabelecidos, e conseguiram no máximo um P14. Uma grana dessas faz diferença, e cabeças rolaram em Leafield.

No GP Brasil, estava eu desanimado, parecia que o negócio estava indo pro saco. Mas, por hábito, e no conforto de casa, deu pra acompanhar de perto a saga das Caterham no GP Brasil. Cometeram um erro inacreditavelmente bobo na estratégia, na primeira garoa, no começo da corrida: enquanto outras equipes trocavam os pneus, naquela incerteza, se mantiveram na pista. Subiram para sexto, mas ficaram com os dois pés na mesma canoa. Resultado: continuou chovendo e a canoa afundou.

Se tivessem trocado os pneus de um dos carros quando começou a garoar, a estratégia seria mais robusta, estariam dando um tiro pra cada lado, e se garantiriam de algum jeito no meio da caótica corrida que se formava. Quando finalmente pararam para os intermediários, despencaram na classificação e perderam volta.

A corrida já tinha ido pro saco, mas a choradeira do Alonso pedindo Safety Car colocou os verdinhos na prova de novo. Safety Car pra tirar caco de carro da pista é coisa de fraco. A pista é a mesma pra todos, se a Pirelli faz pneu que só anda em pista de bilhar, que sejam cuidadosos. Mas isso não tem a ver com o assunto. O que interessa é que as Caterham estavam de volta. Mas estavam atrás de Charles Pic.

Aí começou a guerra, volta mais rápida sobre volta mais rápida pro Petrov, seguindo Pic. A ultrapassagem veio no final da corrida, pelo décimo segundo lugar. Com a batida do Di Resta, Petrov chegou na P11, e encerrou a fatura: Caterham em décimo no mundial 2012, e garantida no esquema de transporte da FIA de novo.

Sorte e competência, a corrida foi eletrizante no fundo do pelotão também. E parabéns pro CT, que vai ter um ambiente mais calmo pra desenvolver o carro no ano que vem!!

Do resto, escrevo mais depois. Especialmente as previsões do Rafa, que foram certeiras neste GP Brasil. Foi assustador! Mas parabéns, CT!! Vai, CT!!!


sábado, 24 de novembro de 2012

Interlagos 2012 - Sábado - Sombra e água fresca

"Acordou tarde, tomou café, agora vai... sentar no lugar que quiser"

Essa é a música mais adequada para o Setor F. A foto ai embaixo foi tirada às 09:41 da manhã. Fazendo uma comparação, assistir o treino nesse setor foi como comprar um carro com ar condicionado. Você não vai mais comprar um que não tenha.

O ponto negativo é perder a visão da curva do lago. Por outro lado, ganhamos uma bela visão do "S do Senna". Entre prós e contras, a frase que vinha na minha cabeça era: quanto vale um aborrecimento.

A penúltima foto desta série é dedicada ao Gustavo.

Amanhã tem 90% de chance de chuva. Alonso precisa mais do que chuva, precisa um tsunami, precisa de caos, precisa de muita confusão.

Meus palpites: corrida empolgante, enrosco na primeira volta, Button vence, Alonso vai ao pódio, Vettel leva o título numa corrida de sobrevivência.




sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Interlagos 2012 - Sexta-feira - Sol de rachar...

Salve salve nação Zé Ruela!! Hoje foi dia de treino livre, e graças à SAE Brasil passamos uma sexta-feira bem animada em Interlagos.

Dessa vez o blog foi representado por mim e o Gustavão. Amanhã continuo a saga com minha mãe, a famosa Tia Janete, última dos moicanos Ruelas. É... a coisa tá minguando mesmo. Mas de amanhã eu falo amanhã. Vamos falar de hoje.

Ficamos no HC da Petrobras, instalado no mesmo lugar de todos os anos. A sequência das coisas foi igual também. Café da manhã com treino, passeio nas lojinhas na esperança de achar alguma coisa pra comprar (esperança que morre ao ver que a camiseta mais barata custa R$ 250,00), visita aos boxes, migué na saída dos boxes para ver o segundo treino no S do Senna, almoço e casa. Show como sempre.

Fotinhos abaixo para quem não foi.

Coisas interessantes dessas fotos:
- o tempo passa... eu de cabelos brancos e o Gustavo ficando careca;
- Marusia subindo o Laranjinha com um monstrengo de sensores na região do difusor;
- numa das fotos da Caterham no Laranjinha, tem aquele líquido amarelo para verificar o fluxo de ar. CT, isso era pedido seu??
- CT, colocamos várias fotos do pessoal da Caterham... conhece alguém? E quem é o Trulli cover?
- Red Bull colocou o Donkey com a camisa do Brasil no pórtico da bandeirada... tava engraçado;
- os carros mergulhando no S do Senna... não tem preço;

Final de semana promete. A partir de amanhã deve rolar tudo com pista molhada - treino e corrida. O primeiro milagre de Alonso já aconteceu, pelo menos na questão climática, São Pedro deve ajudar a tumultuar a prova.

E como não podia faltar... XUPA CT!!!


Carrões de Interlagos

Os melhores e mais avançados veículos do mundo estão reunidos neste final de semana em Interlagos. A fina flor do mundo automotor. Tow Mater would certainly call them LEMONS!


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Finalmente... está chegando

Hoje falei com a Dna Eurides e o marido dela. Gente boa demais. Significa que tá chegando a hora... até que enfim...

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Não conta lá em casa

Esse é o título de um programa do Multishow, onde um grupo vai para os lugares do mundo onde ninguém iria. Lugares em conflito, em guerra civil, se recuperando de grandes tragédias, enfim, aquelas viagens que são roubada e dão suas opiniões, no melhor estilo jornalismo Gonzo. Nunca vou ser bom o bastante pra ser jornalista, mas como coisas relacionadas a Gonzo combinam comigo, acabei me metendo numa dessas aventuras.

Tudo começou com um voo cancelado, em maio deste ano. Acabei ficando a pé (literalmente) no aeroporto de Jacarepaguá. Com a dificuldade de se achar hotéis no Rio, acabei me lembrando do velho e bom hotel Monza, e acabei indo pra lá (uhhhhhh.... Mas isso é história pra outro post). O fato é que eram duas da tarde, e eu estava lá, em frente ao autódromo, sem nada pra fazer.

Resolvi andar, tentar entrar no paddock pela última vez. A ideia era ir pela antiga curva norte, contornando o Maria Lenk. O outro interesse era finalmente conhecer o famoso velódromo de Jacarepaguá, com a sua madeira da Sibéria, e se tivesse sorte, ver algum atleta de verdade treinando pras Olimpíadas. De cara, já dei com os burros n'água: meu acesso ao velódromo foi barrado. Os seguranças do complexo olímpico foram realmente muito gentis, é verdade. E não há nenhuma ironia nisso. Os caras foram gente boa, falaram com o superior, e o superior não sabia qual era o procedimento para visitantes.

A verdade é que ninguém se interessa em ir conhecer um elefante branco que é o velódromo de Jacarepaguá. Ficaram 1 hora batendo cabeça, e nada. Por fim, surgiu um procedimento de visita: eu teria que ir pessoalmente ao COB, na Barra, e pegar uma autorização. Vai bem, o esporte brasileiro. Se pra visitar um velódromo tem uma burocracia dessas, imagina um atleta como tem que rebolar pra conseguir um apoio?

Bom, como vi que daquele mato não ia sair visita, resolvi ir mais adiante. Andei mais um pouco, e fui entrando no paddock. Ali, sim, conhecido. Só que bem diferente. Mato bem alto, portão enferrujado, e vigia dormindo em serviço. Sim, dormindo. Quem ia querer entrar num elefante moribundo que é o autódromo de Jacarepaguá?

Entrei sorrateiramente, para não perturbar o sono do moço. Quando já estava a uns 50 metros da velha ponte, ele acordou e me viu. me chamou, e fui falar com ele. Me explicou que o autódromo estava sendo usado (!), para um evento, e que o acesso era proibido, porque haviam pessoas importantes lá dentro, "inclusive Cacá Bueno, esses caras". Bom, devia ser importante, pro Cacá estar por lá. Então meu terceiro objetivo era ver se tinha alguma coisa no RioCentro, mas para isso ia ter que contornar todo o autódromo de novo.

Mas o vigia, mais amigável por ver que eu era um "turista", e não um assaltante, me deu a letra: vai por aqui, ó, mostrando o caminho da Vila Autódromo. A Vila Autódromo. Temor entre 10 em cada 10 automobilistas em Jacarepaguá. A lei sempre foi: "Não erre a entrada, de jeito nenhum. Porque senão você cai na Vila Autódromo. E aí, mermão, já era." Exagero, claro. Mas era uma favela. E mesmo os mais comedidos sempre falavam que a barra lá era pesada mesmo. Eu mesmo cansei de ouvir relatos de pessoas depois dos GPs Brasil, dizendo que foram assaltadas na saída da arquibancada que ficava lá na curva do S.

Perguntei pra ele se não era perigoso, e ele me disse: "Não, é tranquilo. Isso não é mais assim não. Melhorou muito. Agora, é uma favela. E não é pacificada..." Mas aceitei. Então, o trajeto seria esse:


Passando dentro da favela. E a minha missão Gonzo se iniciava.

As imagem acima foi sobre uma imagem do Google Maps. As imagens seguintes, retirei da internet, não tenho os créditos. Servem bem pra ilustrar como é lá.

Voltando a história: Saí do autódromo, e fui pro lado direito, pra circular a área. No começo, tudo tranquilo. Mas já haviam resultados do estrago causado pela mentalidade das últimas administrações municipais. Vi várias casas, na estreita faixa entre o muro do autódromo e o lago, que são hoje oficinas mecânicas. De carros de rua. Mas, pelo estilo, foram um dia mecânicas de carros de corrida. No fundo delas, Gols, Palios, Unos, todos com gaiolas, e que um dia correram na pista. Mas agora estavam expostos ao tempo, enferrujando. Aquelas oficinas viviam de automobilismo, como vivem várias no entorno de Interlagos. Estas, na seca atual, mudaram de rumo, e custam a sobreviver.

Mas o post não é sobre isso, e continuei. Conforme entrava mais no meio da coisa, percebi que como em toda comunidade, existem as pessoas boas e as não tão boas. A associação de moradores promove uma ação para limpeza das fachadas de cada habitação, e de quebra limpam também o lado que seria da calçada do autódromo. E junto com isso, fazem a parte que a prefeitura do Rio deveria estar fazendo. Asfalto, nem pensar. Tudo ali é na base da terra, no máximo um cimento jogado pelos moradores na frente de suas casas. Luz, tem. Água, não sei. Esgoto? É isso aqui, ó:



É esse caldo preto, de um riacho que vem dos lados do morro do camelo, que passa pela vila e termina na lagoa de Jacarepaguá. Um caldo que não deve nada ao Rio Tietê, em São Paulo. Parece até pior.

Continuei andando, e tudo completamente deserto. Mas encontrei um pessoal esquisito, com uma atitude suspeita. Estavam parados, numa quarta-feira a tarde, sem fazer nada. Me olharam com um jeito estranho. Sabia que se viessem na minha direção, estava perdido, e que seria mais um pra contar uma história ruim da Vila Autódromo. Não tinha o que fazer, passei por eles com aquele jeito de quem sabia exatamente para onde estava indo, sem demonstrar qualquer preocupação. Acho que o meu teatro foi bom, porque aqueles quatro caras não falaram nada enquanto eu passava, mas também não me pararam. Só ficaram olhando.


Mais 50 metros, e começaram a aparecer traços de civilização. Já conseguia avistar o setor A, a primeira arquibancada coberta do retão, e sabia que o fim do passeio estava próximo. Vi mais pessoas na rua, mais oficinas mecânicas, os barracos deram lugar a casas de alvenaria, com reboco e pintura. Até por um supermercado eu passei:


Mais e mais gente, mais e mais movimento, e cada vez menos gente "suspeita". Mas sem idealismos, se há traficantes ali, é claro que eles sabiam que eu estava entrando lá. Sabiam desde o momento em que eu saí da portaria do autódromo. Se me deixaram passar, é porque só querem fazer o "serviço" deles. Talvez aqueles quatro homens fossem pessoas mandadas para me ver de perto. Talvez fossem somente 4 desempregados, ou trabalhadores do supermercado em horário de almoço. Sei lá.

Só sei que eu sobrevivi a uma travessia da Vila Autódromo. E que lá só tem gente interessada em cuidar da sua vida. É um pessoal que já estava lá antes de inventarem essa história de Olimpíada, talvez estivessem lá até mesmo antes do autódromo. E que certamente vão ter suas vidas viradas de cabeça pra baixo por causa do grande parque olímpico que será construído ali. 

Essa aqui eu sei quem tirou: Paulo Marcos (Portal IG)

O que isso tem a ver com o blog de automobilismo? Fora dessa lenda dos perigos da Vila Autódromo, eu queria que vocês conhecessem este lado também. Reclamamos que perdemos o autódromo, mas essas pessoas vão perder suas casas. E ninguém está falando nada disso. Esses caras estão lá há mais de 20 anos, e vão ser expulsos de lá, com uma justificativa de que invadiram uma área de preservação. Tudo bem, agrediram o meio ambiente, tá certo. Mas se não se preocupam em realocar estas pessoas, vão pensar em refazer um autódromo? Esquece. Deodoro não sai.

Este é um primeiro post, de alguns ainda que vou escrever sobre a morte do autódromo. Muito pu+o, em ver o esporte tão maltratado. Excelente traçado, corridas fantásticas que vi lá, muitas recordações boas, mas que outros não poderão viver daqui pra frente. Obrigado, Carlos Arthur.

Diário de Viagem

OK, sumi por um bom tempo do blog. Mas olha só os motivos:

Primeiro, fui pros EUA. Uma pingadinha em Indianápolis, pra ver a Pagoda Tower de dentro da pista:

Depois, um pulo na Califórnia, para despinguelar no saca-rolha, num belo final de tarde, num evento promocional depois da classificação da Le Mans Series:

Mas não acabou aí não, tem mais uma visita rápida ao Parque Nacional de Monza, logo ali ao norte de Milão...

Mais umas milhas de vôo, acabei indo pro Japão, pra dar uma passada sobre a zebra da chicane de Suzuka!

O passeio só acabou no extremo sul, em Melbourne, num lindo pôr do Sol em Albert Park:

OK, claro que não fui a esses lugares. O post é só pra avisar vocês, fanáticos, que o Google Street View passou por alguns autódromos do mundo. Rodando pela pista, fazendo o circuito. Para os loucos por corrida, é pelo menos interessante ver "na real" como são os circuitos, alguns deles sem as maquiagens da F1. Olha só a diferença da reta dos boxes em Melbourne durante o GP e em estado normal:


Em alguns lugares, dá pra "circular" pelo paddock também, e ver detalhes da pista, como alguns remendos tenebrosos nos muros, que fariam o ECPA ser referência em contenção. Mas não vou queimar o filme do circuito, descubram por si mesmos.

Não rodei todas as pistas, também o tempo não tá sobrando assim, mas descobri que Silverstone está na lista também:

E que Interlagos também dá pra ver virtualmente. Tanto o autódromo:


Como o kartódromo:

Bom, meio cultura inútil, e eu tenho mais um monte de post mais importante na cabeça que esse. Mas sei lá, pra tirar a ferrugem, e como curiosidade, até que tá bom. Divirtam-se vendo em 360 graus algumas das curvas mais famosas do mundo. Boa viagem!