Do baú do Gonzo

Estou me desfazendo de umas tranqueiras velhas de corrida, revistas antigas, essas coisas. No meio delas, achei umas relíquias que vou pingando aqui quando der.

Provavelmente nem todos vocês sabem, mas eu já fui penetra no GP Brasil. Isso foi entre 1992 e 1995. A minha especialidade era invadir a pista a partir do setor G, assistir as últimas voltas do dia na pista, e terminar nos boxes. Já rendeu algumas aventuras, como andar no Safety car, maluquices que eu vou contar algum dia aqui.

Mas por enquanto fiquem com esses dois arquivos aqui. É o seguinte, naquela época a internet não tinha nem saído do ambiente universitário, e a F1 já tinha as suas frescuras de tornar os pilotos pessoas inacessíveis. Então cada equipe emitia o seu press-release, com declarações dos pilotos e chefe de equipe, contando uma historinha da corrida, ou da sessão de treino.

Este é da Ferrari. Eu perdi a versão em inglês, mas o italiano dá pra entender. Basicamente, Berger em terceiro, Alesi em quinto (quando esse garoto arrumar essa dor no braço esquerdo, ele vai estourar nas pistas), e uma declaação do Jean Todt.

E a gente que achava que os nossos jornalistas entrevistavam todos esses pilotos ao final de cada prova... Muitas das vezes, as declarações que apareciam no jornal eram uma transcrição exata dos press releases...

O próximo documento é da FIA. É a lista de pesos, que os narradores e comentaristas usavam nas transmissões. Em 1995, pelo que eu lembro, o piloto era pesado na sexta feira e o peso (com capacete e macacão) valia pro final de semana inteiro. Então só o carro era pesado no final da corrida e o conjunto que devia atingir o peso mínimo era o carro mais o valor desta lista. Pararam com isso porque aconteciam milagres de perda de peso da manhã de sexta pra primeira classificação à tarde. Hoje os pilotos são pesados depois de cada sessão oficial, então não faz mais sentido fazer esses "regimes milagrosos".

Dá pra se ter uma ideia de como esses caras são pequenos. Se você descontar os 4 kg de equipamento de segurança, vai ver que eles são bem leves (e portanto, pequenos).

E uma curiosidade: apesar de estar na sala de imprensa como um documento oficial, este papel não vale nada para a FIA: Ele não tem a assinatura de pelo menos 2 comissários desportivos nomeados para o evento. Sem isso, o documento pode ser contestado e perde a validade. Com certeza na hora de fechar a pasta do evento, o Diretor de Prova (Montagner) teve que correr atrás dos caras pra assinar essa papelada toda. Coooxa!