e aí, o que me dizerm quanto a isto?
"A Manor não vai usar túnel de vento no projeto do seu suposto carro de F-1"
é a velha história...
ninguém acredita em resultado de simulação, a não ser o engenheiro que fez a simuação.
todo mundo acredita em resultado experimental, menos o engenheiro que fez a medição.
... e assim continua o eterno falso dilema simulação vs. experimentação
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Acho que a frase que o Leo falou diz tudo. Em um mundo ideal, uma ferramenta deve complementar a outra. Enquanto CFD possui limitações para simular escalas pequenas de turbulência e utiliza modelos aproximados, túnel de vento não consegue reproduzir direito o comportamento do carro em pista, principalmente se a intenção for analisar o veículo em curva (pneu esterçado, carro com ângulo e uma esteira girando sob ele).
ResponderExcluirSe elas se complementarem ótimo, se não nenhuma é perfeita.
Mas... Se você não tem condições financeiras de ter túnel + CFD, eu sou o cara partidário de CFD! CFD mais alguns testes em pista na pré-temporada podem ser satisfatórios (não ideal)!
Além do mais, existe na nova regra da F1 uma limitação da quantidade de túnel + CFD que pode ser usado. Escolhendo só CFD significa que eles poderão ter um poder computacional maior que as outras equipes. Conheço uma equipe prateada que tem um cluster com 2000 processadores. Se a Manor tiver condições de ter uma capacidade computacional ainda maior, serão capazes de reproduzir as condições de pista talvez até com maior fidelidade que alguns túneis de vento...
É. Talvez a reportagem tenha dado outro enfoque, e ele quisesse dizer isso mesmo, que não tem recurso pra túnel de vento, e ia usar a grana pra CFD e validação na pré-temporada.
ResponderExcluirDataGonzo informa:
Eu acompanho a trajetória do Nick Wirth desde que ele me abrigou no box da Benetton quando eu era penetra, em 92 ou 93. Saiu da Benetton, entrou na barca furada da Andrea Moda (o projeto era dele). O carro era bonito, mas o Trabant do Gomes andava mais rápido.
Depois que o Andrea Sasseti foi banido da F1, (a FIA não gosta de empresários de moda italianos), ele assumiu o projeto e foi outro fiasco.
Um pouco de polêmica: O carro da Simtek/MTV era melhor, mas há boatos que só passou no crash test da FIA porque o Nick era casado com uma filha do Max Mosley, ou algo assim. Na tragédia de Imola dá pra ver a lateral do carro do Ratzemberger destruída, o que alimenta ainda mais o boato. 2 semanas depois e o Montermini dá aquele pancão em Barcelona, com o cockpit rachando de novo... Hummm...
Bom, a Simtek fechou as portas no meio da temporada de 95, junto com a Pacific (Lembram?)
Depois, Nick foi consultor independente de algumas equipes, ciscou em uma categoria e outra, mas o que mais me marcou neste tempo foi a quantidade de declarações arrogantes, invariavelmente polêmicas, que não agregavam nada por nada.
Até ano passado,a especialidade da empresa dele era fazer simuladores de corrida. Mas não eram simuladores como Playstation, não. É um simulador como uma cabine de um Boeing, com aqueles 6 atuadores hidráulicos, entra no bicho e sai pulando, uma coisa de louco, ou de 200 mil libras. E tinha equipe que comprava, mas o pior são os particulares que queriam sentir o gostinho de pilotar um GP2 e compravam também!
Bom, não sei como, mas o nome do Nick apareceu associado à Manor, e surpresa! A Manor foi aceita pra a F1, mesmo sendo claramente menos preparada que a Prodrive, por exemplo. Hummm....
O que eu acho? Que a Manor sai do papel, pode até começar a temporada com pilotos pagantes, mas não chega ao GP da Hungria.
Corro o risco de passar vergonha fazendo um comentário sobre CFD, ainda mais porque qualquer hora o CT vai ler isso. Mas... em aviação, normalmente você modela, faz o ensaio, valida o modelo e futuras alterações podem tomar crédito da simulação... isso é muito aceito na parte de estruturas... nunca ouvi falar de casos na área de aerodinâmica... talvez porque tenhamos poucas ou quase nenhuma mudança na parte externa de uma aeronave, salvo instalação de antenas e radares.
ResponderExcluirEsses caras vão ser pioneiros nisso. Anos atrás, ninguém usava túnel de vento... tempos depois todos passaram a usar... passou mais um pouco de tempo, começaram a usar CFD + túnel. Pode não ter chagado a hora, mas daqui um tempo, túnel de vento vai virar peça de museu... e animais como CT ficarão ricos e engenheiros mecânicos como eu, que abominam simulação, vão sobreviver escrevendo em blogs de automobilismo...
Sim, eu espero ficar rico e nao, quem trabalha com parte experimental nao vai perder o emprego.
ResponderExcluirAinda eh impossivel fazer simulacao direito sem nenhum tipo de validacao, e acredito que mesmo em 100 anos ainda sera. No entanto, eh obvio que a quantidade de ensaios para validacao tendera a diminuir.
Eu trabalho com simulacao e logicamente defendo esta area. Mas o fato eh que vc tem que ser cetico ao olhar os resultados de CFD e algumas vezes assumir que voce tem 10 ou 15% de erro. Por outro lado, o ensaio em tunel vento representa a condicao do tunel de vento e nao necessariamente a condicao de pista, entao voce tambem nao pode pegar esse resultado e assumir como verdade pura.
Em cada um dos casos, tudo depende do bom senso do engenheiro que for usar os resultados pra tomar decisoes considerando os possiveis desvios. Como falei, CFD+Tunel eh o caso ideal e quem quer vencer tem que usar nessa condicao.
A Manor pode vir a ser um fiasco sim e o Gonzo colocou bons motivos para isso. Mas assumir que sera um fiasco por usar so CFD (como o boco do Fabio Seixas fez) nao tem sentido nenhum...