quarta-feira, 18 de abril de 2012

O fim do futuro da F-1 no Brasil


Hoje o futuro da pequena Petra na F-1 levou mais um baque. A categoria de monoposto criada por Felipe Massa, a Fórmula Futuro, não sobreviveu mais do que dois anos. A categoria que tinha como objetivo a formação de novos pilotos, sendo uma via natural para aqueles que saem do kart, está extinta.

Os motivos são colocados pelo Titônio Massa: falta de interesse, baixa qualidade dos kartistas, alto custo, e opção dos jovens talentos por correr direto na Europa. Podemos colocar mais uns 200 motivos para o fim da categoria. A verdade é que se trata de mais uma evidência do buraco que nosso automobilismo entrou. E que pelo jeito não sai mais.

Algumas frases do Titonio Massa, extraido do portal IG: "Sacrificamos lucros do evento, além do Felipe investir, teve desconto com o fabricante do carro. Ele fez um investimento na aquisição. Se estivesse correndo e revelando não teria problema, uma hora dava certo. Mas não temos pilotos, eles preferem ir direto para a Europa, paciência. Só tínhamos dois pilotos dos nove que seriam beneficiados".

"Tentamos mais do que podia. O prejudicado é o automobilismo brasileiro. Não vejo, pelo histórico passado, quando vamos contar com isso [fórmula] de novo".

Carlos Romagnolli, um dos sócios de Felipe na Formula Futuro, coloca mais alguns argumentos", também extraídos do portal IG: "Um piloto corria aqui com R$ 160 mil, mas quem tem dinheiro vai para a Europa, verba incentivada para melhor que isso não deu para conseguir. Acho que deixou de ser o aspecto financeiro, é falta de pilotos. O kartismo não está formando bom pilotos. Quando criamos, achei que faltaria piloto nos carros de turismo. E nessa está ótimo. Correr de fórmula lá fora custa R$ 400 mil por temporada".

Não tenho conhecimento suficiente para dizer se estamos formando bons kartistas. Mas entendo bem o que leva um talentoso garoto com uma família abonada gastar R$ 400 mil na Europa ao invés de gastar "apenas" R$ 160 mil no Brasil: credibilidade. Quem se propõe a gastar esse monte de dinheiro não faz isso apenas para se divertir. Trata-se de uma aposta real, piloto, família e patrocinadores estão focados em crescer, em levar o garoto(a) até uma categoria de ponta do automobilismo mundial. Nessa hora, vale gastar mais por uma chance real do que jogar metade do valor num ambiente que não vai te levar muito longe.

Lamento pela família Massa. Tiveram boa intenção. Se a gestão foi ruim ou forçaram a barra por algo que não seria economicamente viável, não sei. Mas eu acreditava que essa categoria poderia agregar, lembrava muito aquelas Formula Ford e Chevrolet dos anos 80 e 90. Uma pena.

O futuro não será fácil para nossa pequena Petra.

3 comentários:

  1. caralho! ainda bem que ela nao sabe ler, nao vou nem contar isso pra pobrezinha! Que banho de agua fria... pelo visto Formula-Vee vai ser o limite pra pobre padawan.

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  2. Se não passa na Globo, não dá em nada.
    Vai ver se tem vaga pra correr de formula Mini que corre antes da Stock....

    Infelizmente o automobilismo do Brasil tá num buraco enorme mesmo.

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  3. Tem mais umas coisas além disso. A família Massa tinha uma boa intenção, claro, e acho que era a principal motivação deles, a de levantar o automobilismo. Acontece que se a conta não fecha, não dá certo. O negócio era o seguinte, se eles achassem um promissor talento, a família Massa mais o Romagnoli seriam os empresários do talento. Não sei as porcentagens, mas era coisa alta pros empresários, pro resto da carreira. Aí o jovem piloto prefere se arriscar sozinho direto na Europa.

    Além disso, o problema é que o kart realmente está muito fraco. Safra ruim? Não sei. O que sei é que o funil do kart sempre foi muito apertado. E com os altos custos, só vai pra frente quem é bom e tem dinheiro. Os durangos ficaram de fora. E assim vai miando o automobilismo brasileiro.

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