domingo, 2 de janeiro de 2011

Números, números...

Nada como umas férias, pra este blog ficar cheio de postagem. Não falta interesse, falta é tempo pra criar as postagens...

Bão, ainda estou tentando achar a minha bola de cristal, perdida desde a última mudança. Enquanto ela não aparece, continuo olhando pro passado. É o seguinte, eu coletei alguns dados pra reforçar a hipótese de que não importava o que a FIA fizesse, os carros continuavam cada vez mais rápidos, e de uns tempos pra cá, seriam ainda mais rápidos ano a ano.

Bom, o "volume de controle" escolhido foi o GP Brasil, por ser a única pista que não mudou em nada o traçado nos últimos 20 anos. Eu tive a paciência (férias) de procurar e levantar 3 dados de cada GP Brasil: O tempo do pole position, a melhor volta da prova, e o tempo total de prova. Pra facilitar tudo num gráfico só, eu dividi o tempo total de prova pelo número de voltas válidas. Seria como o vencedor tivesse feito as 71 (ou 72) voltas num mesmo tempo.

Pra facilitar as conclusões, marquei as corridas onde a chuva foi determinante, e provas onde houve safety car, com o número de voltas em que ele atuou. O resultado é esse aí debaixo:



Em vermelho, o tempo da pole. Em verde, a melhor volta da corrida. E em azul, a média de tempos de volta do vencedor. Comparativamente seria o tempo total de prova. Tomara que dê pra clicar e aumentar a imagem, mas as conclusões disso tudo são as seguintes:
- Somente em 2009 a pole teve um tempo superior que a média na corrida. E em 2010 a pole também teve tempo maior que da melhor volta. Isso por causa das chuvas nas classificações, em especial o terrível sábado de 2009.
- Obviamente, corridas com chuva são as que têm os maiores tempos de prova. E 2003, o ano do alagamento, foi o pior dos anos. Isso porque a corrida teve apenas 54 voltas, senão provavelmente a média seria ainda pior.
- Obviamente, também, corridas com Safety Car elevam a média. E que há uma tendência nos últimos anos em usar o SC, mesmo que seja por poucas voltas, para reagrupar o pelotão. Em 2010, por exemplo, me pareceu ser uma manobra única para tentar dar emoção à corrida. Felizmente, não funcionou.
- A introdução do reabastecimento, em 1994, diminuiu muito pouco o tempo total de prova. E a volta mais rápida, também. Aquela história, quando você está com pneu novo, o carro está pesado. Carro leve, pneu gasto. Aí o tempo não vem.
- O que realmente foi uma barca furada nas mudanças de regra foi os pneus sulcados, introduzidos em 1998. Depois que aprenderam a usar a coisa, tempos despencaram nos anos seguintes. Infelizmente choveu este ano, não deu pra tirar alguma conclusão do comportamento do slick no seco hoje.
- 2004 e 2005 tiveram tempos da pole próximos da melhor volta. Isso porque o regulamento exigia o tanque cheio, isso valeu até 2008. Felizmente essa regra está fora, também.
- O recapeamento bom da pista em 2007 também não mudou muita coisa, não. Teoricamente, os carros andariam mais baixos, melhorando dinâmica e aero, mas outros fatores não permitiram isso.
- E finalmente, a conclusão que meu argumento foi derrubado. A FIA, através do novo pacote aerodinâmico, restrições de pneu, ECU, etc, está conseguindo segurar o tempo de volta e consequentemente, o tempo de corrida. Na verdade, a tendência dos últimos anos é que os tempos estão subindo de novo.
Pra confirmar isso, teria que ver outras pistas que tiveram modificações menores, como Spa, Monza, Suzuka e Mônaco. Mas não tenho saco pra isso. Alguém se habilita?
Passando a régua, no quesito segurança parece estarem acertando nas regras. Mas no quesito emoção, esse tá bem difícil...

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