sábado, 7 de setembro de 2013

Dinastias

Nos esportes americanos existe uma prática de consagrar equipes dominantes e vitoriosas com o termo "dinastias". Na maior parte das vezes esse reconhecimento tem associado a imagem de um grande líder no comando dos times. Na NBA por exemplo, vivemos os anos de sucesso de Magic Johnson à frente dos Los Angeles Lakers, os anos de Michael Jordan à frente dos Bulls e os anos de Larry Bird à frente dos Celtics. Hoje já se discute se Lebron James está criando uma dinastia com o Miami Heat depois dos títulos de 2012 e 2013. Outros exemplos estão no hockey, baseball e futebol americano. Não existe uma regra definida, não é questão de ganhar 3, 4,5 ou 10 campeonatos. Está muito mais ligado à história que se escreve, a forma como é escrito, o domínio, o drama e o quanto aquilo influencia as futuras gerações.

Com essa idéia que comecei a pensar em quais teriam sido as dinastias na F-1. Para não correr o risco de falar bobagem, limitei ao período em que assisti a história sendo escrita, ou seja, a partir da década de 80. Uma dinastia na F-1 deveria considerar o domínio da equipe, formada por pilotos, mecânicos, chefes de equipes, engenheiros, e claro, o carro.

Cheguei a 3 dinastias nesse período. A primeira delas, e a mais antiga no meu campo de avaliação, foi a equipe McLaren de 1988 a 1989. Uma dinastia curta, mas intensa. Os protagonistas foram Prost, Senna, Ron Dennis e Gordon Murray. O domínio alcançado nesses dois anos foi dos maiores da história. Em 1988, Prost e Senna levaram 15 de 16 corridas. Em 1989 levaram 10 de 16. Mais do que nunca o resultado das corridas pareciam previsíveis e mesmo assim são considerados como dos melhores campeonatos da história. Senna ainda levou os campeonatos de 1990 e 1991 com a equipe, mas longe de ter o domínio dos anos anteriores.


 
A próxima dinastia ocorreu de 2000 a 2004, a mais longa até então. A Ferrari montou uma equipe com Michael Schumacher, Rubens Barrichello, Jean Todt, Ross Brawn e Rory Byrne. A sequência vitoriosa da equipe levou Schumacher de bicampeão a heptacampeão. Um domínio que teve muito de competência, eficiência, mas que também escancarou ao mundo o até então velado jogo de equipe. Crises à parte, a verdade é que não teve para ninguém.
 

 
E por fim, a dinastia atual, a dinastia do energético. De nada adianta pneu esfarelando, asa móvel, jogo de equipe. De 2010 aos dias atuais, só dá Red Bull, liderados por Sebastian Vettel, Mark Webber, Christian Horner e Adrian Newey. Um domínio marcado pela eficiência irritante de Vettel. Um cara que erra pouco, é mentalmente forte e não dá chance ao azar. E diferente da era Schumacher-Ferrai não tem nenhuma ajuda do companheiro de equipe, nem mesmo a simpatia dele. Das 3 dinastias escolhidas, acho que é a que mais se apoia na qualidade do carro, por isso que Newey parece ter mais valor do que os próprios pilotos.
 
Resta saber se em 2014, com a chegada dos novos motores, a Red Bull vai manter seu domínio. Como sempre, as grandes mudanças de regulamento permitem mudanças na ordem de força (Ross Brawn e sua Brawn GP são a prova disso). Mas se mesmo assim Vettel e companhia mantiverem o domínio depois da mexida, até assusta o quanto isso ainda pode durar.
 

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