domingo, 7 de julho de 2013

Vale!

O Rafa já postou aqui embaixo o boletim da corrida em Assen, no último sábado. Já falou do absurdo da corrida do Lorenzo, correndo com osso quebrada, e a vitória de Valentino Rossi, depois do jejum de anos. Depois de ver os caras correndo em Jacarepaguá, nada mais me espanta com esses malucos. Mas uma coisa interessante sobre a vitória do Valentino foi um pouco diferente das outras, me pareceu também uma afirmação que ele ainda pode ser o mais rápido.

Uma corrida de moto é tem uma dinâmica diferente dos carros. Não é preciso inventar Kers, push-to-pass, DRS, pneu farelo, nada dessas coisas para estimular ultrapassagens. Pela largura das motos em relação ao asfalto, não tem como se defender de um ataque. Uma coisa é você fechar a porta com o seu fórmula de 2 metros de largura; mas na MotoGP, se você jogar o corpo pra cima de seu adversário ele vai achar uma brecha e te passar do mesmo jeito. Além disso, sempre há o problema do pneu: sem pitstops, se você gastar a borracha no começo da corrida, vai pagar no final.

Uma típica vitória do Valentino, nos seus bons tempos, tinha um roteiro padrão: largar "mal" (com cautela), e recuperar as posições pouco a pouco. Quando chegava no primeiro pelotão, ficava atrás, "cozinhando o galo". Com isso, ele conservava os pneus, estudava os pontos de freada dos adversários, e montava seu plano de ataque. Podia não ser o mais rápido, mas sabia esconder seus pontos fracos, e jogar só no ataque, no final da prova, pra chegar bem.

Em Assen, foi diferente. Ele gosta da pista, a vitória de sábado foi a oitava no GP holandês. Largou em quarto, no lado limpo da pista, na segunda fila. Passou em terceiro no final da primeira volta, em segundo na quinta, e na sexta já era o líder. Abriu vantagem e foi embora para vencer a prova.

Passou e sumiu (foto: Motorsport.com)

Venceu sozinho, sem dar chance para o resto. Fez a sua melhor volta na quinta volta, mas impressionante foi que as suas 19 seguintes foram no máximo meio segundo mais lentas. O cara forçou a corrida toda, só aliviou nas duas últimas, quando tinha 3 segundos de vantagem.

Rossi foi contra ao seu modo de operação para vencer. Ele gastou o equipamento, e deu os pontos de freada e retomada para os outros pilotos seguirem. Mas os outros não conseguiram. Tá certo, havia uma disputa entre Marquez e Pedrosa, mas em condições normais eles chegariam no velhote. Mas não conseguiram.

Isso foi mais uma coisa bonita na vitória de Vale. O autódromo inteiro aplaudiu, as outras equipes estavam debaixo do pódio pra aplaudir, foi um momento bacana. Mas o que ele fez na pista foi uma demonstração de que "il dottore" ainda não aposentou, ainda tem velocidade pra vencer.

Mas será que esse foi o canto do cisne do Rossi? Será que se Lorenzo estivesse 100% a corrida seria diferente? Ou o velhote realmente acertou a mão da moto, e vai começar a vencer corridas de novo?

Vai valer muito a pena ver o GP da Alemanha, dia 12 de julho...

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