No final da década de oitenta, começo dos anos 90, o caminho para um garoto saído do kart e que queria chegar na Fórmula 1 era bem claro.
Por exemplo, um garoto brasileiro precisava ganhar o brasileiro e ir bem no mundial de kart, fazendo uma temporada de Fórmula Ford brasileira, sendo campeão ou vice ia para a F-3 sulamericana, sendo campeão ganhava a superlicença para a Fórmula 1.
A partr daí começava a aventura na Europa: F-3 inglesa por uma ou duas temporadas, até ser campeão ou vice, e depois mais uma ou duas temporadas na F-3000 intercontinental, até chegar no mundial de pilotos. Quem não fosse realmente bom ficava pelo caminho.
Agora a coisa não é bem assim. O kart é impraticável, e são vários campeonatos. A F-Ford não existe, a F3 agora está se reerguendo na América do Sul, mas perdeu a superlicença, A F3 inglesa encontra rivais na europeia, alemã e espanhola. E a F3000 não existe mais. Vou me ater somente a essa categoria, que seria o último passo pra chegar na F1. É onde os chefes de equipe precisam olhar para descobrir os bons pilotos do futuro:
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WORLD SERIES BY RENAULT - Essa categoria existe faz tempo, veio crescendo desde 1998 e se tornou internacional pra valer em 2002, ano que Ricardo Zonta, então recém-chutado da BAR, foi campeão. Chassi Dallara e motor V6 Renault (jura?) de 450 HP.
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SUPERLEAGUE FORMULA - Esta categoria é bem estranha. A idéia da Premier League é antiga, a de juntar times de futebol com carros de corrida. A Premier falhou. Chassi feito pela Élan Motorsports Tecnhologies, tem um motor V12 de 4.2 litros, produzindo 750 HP.
Fora essas, ainda tem, ou teve, a A1GP. Foi (mais) um delírio de um Sheik árabe, que gastou dinheiro demais pra fazer uma "Copa do Mundo do Automobilismo". Depois enjoou do brinquedo e largou a categoria. E foi assim que os belíssimos e eficientes chassis Ferrari ficaram encostados este ano. Mas há boatos que irão voltar, gerando mais uma categoria de acesso à Fórmula 1.
Então, o calendário dessas categrias fica assim (com asterisco, preliminares da F1):
O que levou a este confuso cenário? Contenção de custos. O tiro saindo pela culatra mais uma vez. Com a política de redução de custos, os pneus são iguais, motores iguais, chassis iguais, amortecedores, câmbio, etc. Tudo igual. O custo baixa, certo. Mas aí cada um quer fazer a sua categoria, porque não concorda com a política de motor, não gosta do promotor, não sabe trabalhar este pneu, etc. Vaidade, ou interesses comerciais, na maioria das vezes.
Novas categorias são criadas, dividindo os patrocínios. O custo é baixo, mas o bolo da receita é menor ainda. Cada categoria tem 3 ou 4 bons pilotos, então o nível geral é baixo. E a coisa afunda. Alguém lembra da briga Cart x IRL?
E isso acontece no kart, com Parilla, V4, shifter, nos formulinhas, nos formulões, cada um com sua categoria, o caminho agora é uma bagunça só. É necessário contratar gente especializada em gerir a carreira do piloto, escolhendo as equipes e as categorias. E o chefe de equipe de F1 precisa escolher o piloto com a ajuda deste empresário, porque não dá pra saber quem realmente é bom. Ainda mais com a proibição dos testes.
É aí que está o problema. O empresário, esta figura que é o câncer do futebol há vários anos, entrou de vez no automobilismo.
Mas isso é tema pra outro post. Estou coletando informação pra postar alguma coisa específica já há algum tempo. Mas o futuro é sombrio.
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