domingo, 25 de novembro de 2012

Deu!

Esse foi o meu primeiro GP Brasil assistindo da TV. Depois de 25 anos, aposentei o boné e o protetor solar. Não foi tão traumático quanto eu pensava. É verdade que eu evitei de assistir as reportagens pré-GP, não vi nenhum treino, nem a classificação. E só liguei a TV com 3 minutos pra largada, pra não dar nem tempo de sentir remorso.

Não morri, pelo contrário, uma corrida como Interlagos na TV também é muuuuuito legal. O melhor ainda é ao vivo, claro. O conforto de casa também é um grande atrativo, e comparo a assistir um bom show no estádio, ou pela TV. É bom, você vê os detalhes, mas não é a mesma coisa.

Falando em ver os detalhes, pude acompanhar outra corrida. Além da maravilhosa disputa pela liderança e pelo título, havia outra disputa em jogo, que quase ninguém percebeu: o décimo lugar no mundial de construtores. É que os 10 primeiros tem o direito de ter os custos de transporte bancados pela FIA.

Nada, nada, deve dar uns 40 milhões de dólares de diferença. São 9 equipes antigas, mais as 3 nanicas. Ou seja, só a melhor delas ganha o bolo. Por direito e média dos resultados do ano, essa décima vaga seria da Caterham. Mas com umas bobeadas na estratégia, acabou que em uma corrida a Marussia conseguiu um décimo segundo.

Foi uma batalha tremenda para fazer um décimo segundo, para empatar a classificação, e ficar em décimo no campeonato. Mas foi muito difícil. Os carros realmente não conseguiram melhorar a ponto de fazer frente aos outros times já estabelecidos, e conseguiram no máximo um P14. Uma grana dessas faz diferença, e cabeças rolaram em Leafield.

No GP Brasil, estava eu desanimado, parecia que o negócio estava indo pro saco. Mas, por hábito, e no conforto de casa, deu pra acompanhar de perto a saga das Caterham no GP Brasil. Cometeram um erro inacreditavelmente bobo na estratégia, na primeira garoa, no começo da corrida: enquanto outras equipes trocavam os pneus, naquela incerteza, se mantiveram na pista. Subiram para sexto, mas ficaram com os dois pés na mesma canoa. Resultado: continuou chovendo e a canoa afundou.

Se tivessem trocado os pneus de um dos carros quando começou a garoar, a estratégia seria mais robusta, estariam dando um tiro pra cada lado, e se garantiriam de algum jeito no meio da caótica corrida que se formava. Quando finalmente pararam para os intermediários, despencaram na classificação e perderam volta.

A corrida já tinha ido pro saco, mas a choradeira do Alonso pedindo Safety Car colocou os verdinhos na prova de novo. Safety Car pra tirar caco de carro da pista é coisa de fraco. A pista é a mesma pra todos, se a Pirelli faz pneu que só anda em pista de bilhar, que sejam cuidadosos. Mas isso não tem a ver com o assunto. O que interessa é que as Caterham estavam de volta. Mas estavam atrás de Charles Pic.

Aí começou a guerra, volta mais rápida sobre volta mais rápida pro Petrov, seguindo Pic. A ultrapassagem veio no final da corrida, pelo décimo segundo lugar. Com a batida do Di Resta, Petrov chegou na P11, e encerrou a fatura: Caterham em décimo no mundial 2012, e garantida no esquema de transporte da FIA de novo.

Sorte e competência, a corrida foi eletrizante no fundo do pelotão também. E parabéns pro CT, que vai ter um ambiente mais calmo pra desenvolver o carro no ano que vem!!

Do resto, escrevo mais depois. Especialmente as previsões do Rafa, que foram certeiras neste GP Brasil. Foi assustador! Mas parabéns, CT!! Vai, CT!!!


Um comentário:

  1. Valeu Gonzo, vc não tem idéia do tanto que sofri, da metade em diante eu não estava nem aí pra quem iria ganhar o campeonato.
    Conferi meus e-mails daqui e o ambiente está bem melhor lá. A temporada foi um lixo e não dá pra esconder, mas pelo menos essa posição aumenta um pouco a estabilidade pro ano que vem.
    Agora que venha o F-SAE!

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