Domingo dia 26 de Maio estava em Miami. Um dia considerado pelos gringos como perfeito para os amantes do automobilismo. Começava as 8 da manhã com o GP de Monaco na CNBC (lembro bem porque me salvou). As 11 da manhã começava a transmissão das 500 Milhas de Indianápolis e no final do dia emendava as 600 milhas de Charlotte da Nascar Sprint Cup.
A transmissão da F-1 começou às 7:30hrs, falando mil maravilhas dessa corrida fenomenal, incrível, fantástica, única, blá blá bla. Mas uma transmissão factual, apenas narrando a prova, sem patriotismos (tudo bem não tem americano lá), sem preferências, sem procurar desculpas. Logo no começo o narrador fala das corridas da Indy e da Nascar. O detalhe é que não eram eles que iam transmitir as outras provas. E ainda mandou um abraço ao popular JPM (Montoya) que já tinha participado das três provas. Dá para imaginar atitude igual no Brasil, onde nem o nome da principal equipe da F-1 eles falam para não fazer propaganda e graça? Dá para imaginar o Galvão falando para das 500 Milhas que vão passar na Bandeirantes porque é uma corrida incrível e temos brasileiros na briga? É... não dá.
De repente, Massa vai para o muro. Comentário do narrador (tradução tabajara Rafa): "e o brasileiro tem seu segundo acidente no mesmo local. Realmente um final de semana infeliz para o ""brazilian hero"". E pronto. Sem especulação, sem drama, sem torcida, sem detonar o cara ou enaltecer a toa. O brasileiro bateu e pronto, segue a prova. Outra coisa legal foram os comentários sobre o Perez. Imaginei o Galvão berrando, dizendo que uma coisa é ser agressivo, outra coisa é ser inconsequente, fazer bonito em time pequeno, aquele papo. Os gringos se matavam de rir. "Olha lá o mexicano de novo, alucinado, esse vai ser "win or wall". Aproveitando a deixa, o que foi aquele rádio do Button dedurando o Perez?? Haha, o clima tá bom na McLaren...
No fim, uma transmissão quase impecável. Não irrita, não cansa, não chama a Caterham e a Marussia de nanicas e pra ajudar na hora que os comerciais entravam (na média a cada 15 voltas), ficava um quadrinho no lado com as imagens ao vivo. Boa CNBC!
A garota Rosberg comemora a bela transmissão da CNBC e levou mais uma. Colocou Schumacher no bolso e tá começando a ficar estranho para o Hamilton....
Depois, muda de canal e vamos para as 500 Milhas. Perdi o começo da prova e comecei a assistir a partir da volta 50. O que deixou a turma meio confusa foi o número reduzido de bandeiras amarelas. A prova chegou a ter um período de mais de 100 voltas sem bandeira amarela, um desespero para os gringos loucos por um hotdog com nachos e cheddar. Apesar dos americanos Marco Andretti e Hunter-Reay estarem sempre na disputa pela vitória, outra transmissão sem preferências, sem torcida, nada de Luciano de Vale gritando que ninguém merecia mais a vitória do que o Tony, sem histeria. Emoção narrada porque havia emoção na pista. Numa prova de 200 voltas que teve quase 70 trocas de liderança, tava na cara que a decisão sairia na última volta, e provavelmente iniciar a última volta em primeiro era roubada. Franchitti tirou essa graça e o baiano Tony levou a vitória do jeito que perdeu algumas outras, por causa de bandeiras amarelas.
Antes da relargada que selou sua vitória, Tony mandou no rádio para Jimmy Vasser: "guys, it is all or nothing". E a equipe mostrou a plaquinha... "Lasca o pé"!!
Depois da bandeirada o que se viu foi uma celebração incrível no autódromo. TK como é chamado é um cara muito querido pelos americanos. Um piloto que não é excepcional, mas que conta com a simpatia de todos. Foi exaltado por pilotos, mecânicos e pelo público. Lendo alguns sites brasileiros, vi que a Bandeirantes cortou a comemoração para transmitir o futebol. Fiquei pensando, essa foi umas das provas mais rápidas da Indy 500, poucas bandeiras amarelas. Eles iam cortar a prova no meio por causa de Ponte Preta e São Paulo na primeira das 38 rodadas do campeonato brasileiro? Isso é sacanagem, pra ser assim então nem começa, deixa o povo se virar desde o começo. O grupo tem a BandSports, porque não passa só lá, quem quiser que assine o canal e pronto. Mas cortar desse jeito é muita sacanagem com quem tá assistindo. É como passar um filme e cortar antes do final porque deu a hora do jornal. Lá nos EUA transmitiram por quase 1 hora depois da bandeirada. Sim, tem seus comerciais no meio do caminho, mas de novo, uma transmissão sem xiliques, sem querer provar que aquilo é legal, sem forçar a barra, apenas respeito por quem gosta do negócio e de quem se propôs a prover o serviço.
Valeu Tony! Finalmente os talentosos narigudos terão espaço nesse lindo troféu... um desses é meu sonho de consumo há anos para as competições estudantis da SAE.
A Nascar foi piada e assisti alguma coisa porque a corrida deve ter demorado umas 6 horas. Fui passear, voltei, fui jantar, voltei, arrumei mala, e nada da corrida acabar. Até um cabo das câmeras panorâmicas caiu na pista e arrebentou alguns carros. Bizarro. Mas legal.