domingo, 29 de julho de 2012

FORMULA 1 ENI MAGYAR NAGYDÍJ 2012

Bonito o nome oficial do GP da Hungria né?

Essa corrida foi um prato cheio para os chatos de plantão - que corrida chata vão dizer. E realmente não foi das mais emocionantes, como sempre ocorre em Budapeste se não tivermos quebras, batidas ou chuva.

Mesmo assim, foi uma prova forte em que ninguém disparou, ao contrário do aparentava no sábado. Hamilton ganhou praticamente de ponta a ponta como se esperava, mas teve sempre uma Lotus muito perto pressionando. Fosse Kimi um brasileiro, nosso estridente locutor diria que ninguém merecia mais a vitória do que ele.

Mas por uma perspectiva mais ampla, Alonso foi o grande vitorioso. A liderança no campeonato aumentou e falta uma corrida a menos para o final da temporada. Restando 9 etapas, a diferença do espanhol para o segundo colocado que é Webber chegou a 40 pontos. Isso significa que ele pode perder um pouco mais de 4 pontos por corrida que vai ser campeão. Se pensar que a média de pontos de Alonso nas primeiras 10 corridas foi de mais ou menos 16 e Webber, alguma coisa na casa de 12, já dá pra perceber que do ponto de vista da estatística, Alonso está com um sorrisão bem aberto.

Mas a mesma estatística que deixa Alonso super contente, pode mudar drasticamente já na próxima corrida. Não precisa mais do que um abandono de Alonso com vitória de Webber, Hamilton ou Vettel para embolar tudo novamente. O segredo de Alonso está na consistência. É pela quebra dessa consistência que precisamos torcer para ter um final de temporada empolgante. Se isso não ocorrer, as provas serão emocionantes sim, mas Alonso vai cozinhar as coisas em banho-maria e o campeão será conhecido antes do GP Brasil.

Sobre os brasileiros, um final de semana mediano, principalmente pelos resultados. Senna largou bem, andou bem e não errou. Foi o primeiro intruso no grupo das grandes e deixou uma Red Bull e uma Ferrari para trás. Mas continua devendo muito. Massa até largou bem, mas depois da primeira curva caiu para nono e lá ficou. Parece que desanimou quando percebeu que andou para trás na largada. O ritmo foi bom porque chegou apenas 12 segundos de Alonso. Mas continua devendo muito, muito mesmo.

E agora chegou as férias de verão da F-1. Um longo mês sem corridas e de ciclismo para o CT! Sorte a nossa que temos as Olimpíadas para matar o tempo. Ah sim, e tem Nascar também Bola!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

domingo, 15 de julho de 2012

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Don Juan alemão

O vídeo e a notícia estão no www.ig.com.br

A dupla de repórteres da BBC David Coulthard e Lee Mckenzie (a Mariana Becker deles), perguntam a Vettel sobre a tradicional festa da Red Bull em Silverstone (vou acreditar que é tradicional porque nunca fui nem ouvi falar...). Quando os repórteres confirmam presença, Vettel manda um xaveco furado pra cima da garota... olha a cara de sem vergonha e tarado do moleque!!

Depois dos "chifrinhos" em Raikkonen no pódio de alguma das corridas ai atrás, Vettel strikes again!!

Final de semana da Caterham F1

O final de semana da Caterham foi de altos e baixos. Na segunda-feira passada tínhamos planejado um teste de aerodinâmica para avaliação do novo pacote porém acabou sendo cancelado por causa da chuva. Com isso fomos para plano B com o objetivo de testar a nova configuração na sexta-feira em Silverstone, porém esta avaliação foi afetada pela chuva. Mesmo assim muitas medidas foram feitas e os dados, combinados com o feedback dos pilotos e ajustes necessários para equilibrar o carro, confirmaram que o novo pacote estava funcionando.
A sessão de treinos livres de sábado foi no seco pela primeira vez no final de semana e ambos os pilotos tiveram dificuldades em aquecer os pneus dianteiros, problema que foi agravado pela melhora na traseira. Em um típico final de semana sem chuva, os três treinos livres provavelmente seriam suficientes para um melhor entendimento do setup para corrigir o problema. A qualificação foi um desastre, pneus errados na hora errada com e com temperatura errada.
Na corrida o Petrov teve uma “falha catastrófica” do motor na volta de alinhamento para o grid, logo em frente de onde eu estava. Desde que comecei na Caterham eu tenho um sentimento novo, a cada vez que vejo uma bandeira amarela ou algum incidente eu penso “tomara que não seja uma Caterham”. Dessa vez vi a fumaça e estremeci, logo apareceu o carro lento e parou bem na minha frente. Fomos só com o Heikki para a prova e na curva 5 durante a primeira volta ele teve um choque um tanto violento com o Verne (não mostrado pela TV) que levantou o carro e na queda danificou o assoalho. A falta de ritmo na corrida era evidente, porém o problema só foi diagnosticado ao fim da prova e a análise de dados mostrou uma perda súbita de downforce entre o início e fim da primeira volta, perda estimada em 1s por volta.
Este é o resumo da história, o final de semana foi muito frustrante e o clima estava pesado hoje cedo por aqui. O foco agora está voltado para uma nova tentativa do teste de aerodinâmica em Kemble na sexta-feira e em tirar o máximo do carro na próxima corrida na Alemanha (que levará mais algumas atualizações). Abaixo um vídeo muito legal que o Gary Anderson (BBC) gravou com a Caterham F1 durante o final de semana, com o famoso John Iley explicando as atualizações.

Outra vitória de Razia e a liderança do campeonato

Vou escrever mais sobre o difícil final de semana da Caterham no meu blog. O Rafa já falou da F1 e não quero deixar passar a vitória animal do Razia na segunda corrida da GP2.
A qualificação da GP2 foi bem complicada e com a pista mudando muito. Os pilotos tinham andado muito pouco na pista e o Razia acabou conseguindo uma posição razoável no grid, enquanto o seu principal adversário Valsecchi foi penalizado por fazer um trecho rápido em bandeira amarela. Nasr recebeu a mesma penalização e largou lá trás.
A primeira corrida foi também bem complicada e com o nível de aderência variando muito. Razia fez uma corrida conservadora e terminou em quinto, enquanto Nasr e Valsecchi fizeram uma ótima corrida e terminaram em sexto e sétimo respectivamente.
A segunda corrida aconteceu com grid invertido e significou Razia largando em quarto e atrás de Valsecchi e Nasr. Ele fez as duas primeiras voltas de maneira espetacular, especialmente considerando que a pista não estava totalmente seca e o nível de aderência fora do traçado era menor. Ultrapassou todos os três na sua frente e assumiu a liderança da prova, foi atacado por algumas voltas por Nasr e depois por Valsecchi mas então impôs um ritmo mais forte e abriu novamente.
O vídeo abaixo mostra as ultrapassagens nas primeiras voltas e por último a tentativa de ultrapassagem frustrada de Nasr. Razia é agora o líder do campeonato da GP2!

domingo, 8 de julho de 2012

O piriri, a falta de testes e o caminhão


Fiquei semanas sem escrever no blog e no final de semana do GP de Valência além da corrida incrível de Alonso, uma notícia quase sem importância me chamou a atenção. Timo Glock estava com indisposição estomacal (nome bonito para piriri) e não participou da corrida. O piloto reserva da Marussia era Maria de Villota, espanhola, 32 anos. É o tipo de situação que todo reserva espera, uma chance de mostrar serviço.

Mas Maria de Villota não foi autorizada a participar da corrida, pelo simples fato de que ela nunca tinha andado com o carro da Marussia. Ela já havia andado de F-1 pela equipe Lotus, mas nunca pela equipe da qual era piloto de testes oficial. A Marussia não alinhou o carro de Glock no grid do GP de Valência.

Isso mostra como a falta de testes causa um problemão para quem está chegando na categoria. O cidadão é contratado como piloto de testes mas não pode testar. É contratado como piloto reserva mas não pode entrar na corrida porque não conhece o equipamento. Situação difícil, a FIA deveria repensar essa questão, caso contrário sempre teremos jovens com pouquíssimo tempo de pista participando de corridas e deixando todos os outros com a pulga atrás da orelha.

 O texto acima nada tem a ver com o fato de Maria ter sofrido um acidente terrível nesta semana, durante os testes aerodinâmicos da equipe. O acidente entra na categoria dos mais bizarros que já vi porque ela bateu num caminhão parado ao lado da tenda da equipe. O estado dela é grave mas pelas notícias deve se recuperar tendo a perda do olho direito como principal sequela. A carreira na F-1 terminou, no automobilismo não sei, depois dos milagres de Massa, Nanini, Zanardi, etc, não arrisco nada. Boa sorte para ela.

E que as regras mudem. As limitações para testes em pista parecem exageradas. E meu ponto é segurança, não performance.

Dá-lhe Webber!

Tenho que admitir... vibrei com a ultrapassagem de Webber sobre Alonso! Boa Canguru!! Vitória da estratégia e de um piloto constante durante toda a prova. No início Alonso manteve a liderança com tranquilidade usando pneus duros e parecia que levaria a corrida sem problemas. E isso quase aconteceu, visto que chegou em segundo lugar e Vettel por exemplo não conseguiu chegar, usando a mesma estratégia de Webber. O que a Ferrari talvez não acreditasse é que Webber aguentaria o ritmo forte nas 52 voltas conservando os pneus para dar o bote na hora certa. Vitória bonita, corrida bonita, campeonato bonito.

Massa fez uma prova muito boa. Poderia chegar no pódio porque teve ritmo para isso, mas a perda da posição para Vettel no primeiro pit stop enterrou suas chances. Méritos para a Red Bull. Na pista Massa andou da forma que todos esperam e apesar de chegar em quarto lugar, ficou a menos de 10 segundos do vencedor. Brigou bem com Vettel no começo, brigou bem com Raikkonen no final. Parece a velha sina do brasileiro - sempre começa mal o ano e se recupera na metade final da temporada. Massa voltou a andar de forma decente e parece ter empurrado toda a zica para Button. Do jeito que vai, o tão criticado Massa ainda termina o campeonato na frente do inglês.

E a nossa querida Caterham não fez uma boa prova. Petrov nem largou e o Kova não teve um ritmo que permitisse chegar perto das equipes médias. Mas vamos esperar os comentários do nosso enviado especial CT contando aquilo que só ele viu! Será que ele viu o Burti?? Vai CT!




quarta-feira, 4 de julho de 2012

Um ano por segundo

Repost do autoblog, não serve pra nada mas ficou bonito...


Evolution of the F1 Car from Ruf Blacklock on Vimeo.

domingo, 1 de julho de 2012

Pneus e "peaky cars"

A temporada de 2012 da F1 está indiscutivelmente muito equilibrada e em algumas situações parecendo um pouco de loteria. A restrição do posicionamento dos escapamentos e dos mapas de injeção é na minha opinião responsável por parte deste equilíbrio, já que reduziu a vantagem das equipes de grande orçamento sobre as equipes menores.
Os sistemas de 2011 produziam um regime de escoamento muito instável, complexo e difícil de ser modelado com as ferramentas disponíveis atualmente, e a capacidade que as equipes grandes têm de investir e alocar recursos para entender o sistema gerou uma diferença grande para as equipes menores.
O segundo e provavelmente principal motivo do equilíbrio de 2012 são os pneus. Os pneus atuais possuem uma janela de operação muito pequena, o que em outras palavras significa que uma temperatura de pneus um pouco abaixo do ideal significa uma redução significativa de aderência, e uma temperatura um pouco acima do ideal significa superaquecimento e desgaste excessivo (como explicado pelo Gonzo em seus posts telecurso).
Por mais que as equipes entendam muito bem como aquecer ou conservar os pneus, a temperatura ambiente e da pista são variáveis que não podem ser controladas e frequentemente vemos equipes andando fortes no treino livre de sábado pela manhã e que ficam para trás na qualificação à tarde porque a temperatura mudou e o carro saiu do ponto ótimo.
Para complicar mais a situação, as equipes têm dificuldade em aquecer os pneus dianteiros até a janela de operação e têm dificuldade em manter os pneus traseiros abaixo da temperatura limite. Com isso muito desenvolvimento está acontecendo dentro das rodas e arrefecimento dos freios. Na dianteira existe uma tendência em operar os freios na temperatura máxima possível, bem próximo de oxidação, e com designs que tentam transmitir a temperatura para as rodas/pneus. Na traseira a situação é oposta, os freios são operados mais frios e existem designs para isolar a roda/pneus da temperatura do disco.
O interessante desta situação é que parece que a performance no estilo "bloody peaky cars" atingiu um limite e no momento está impossível controlar todas as variáveis para manter o carro operando no pico de performance. A Lotus é na minha opinião a equipe que tem o carro menos peaky de todos, o carro é consistente e se mantêm na frente em quase todas as corridas, apesar de quase nunca ter performance suficiente para vencer a corrida. O conjunto Ferrari + Alonso é um outro exemplo de consistência. Alonso é famoso por sua habilidade em lidar com os pneus, tinha a sua técnica agressiva de aquecer os pneus na época da Renault e atualmente é claramente mais consistente do que o Massa no uso dos pneus durante a corrida.
As corridas de 2012 definitivamente têm um estilo diferente do que tinham em 2011, talvez com um pouco de loteria, mas na minha opinião não menos interessantes.