sábado, 30 de julho de 2011

Pista!

Caras, ontem eu acompanhei um teste de desenvolvimento de pneus. Fazia muito tempo que eu não ia pra um autódromo, mexer com desenvolvimento de carro.

Eu já tinha esquecido que no asfalto, F=ma, e as coisas tem lógica. Mexer na pressão do pneu muda drasticamente o desempenho, isso é normal e todo mundo sabe. Mas aquelas balelas de vento mudar a pista de uma volta pra outra, isso eu nunca acreditei.

Mas é tudo verdade, e mais, a sessão de teste foi o dia inteiro sob sol. Uma nuvem passou e cobriu o asfalto durante uma saída de teste. Esfriou a pista, tempos de volta baixaram em meio segundo. Assim que o sol voltou, a pista esquentou, e os tempos subiram o mesmo meio segundo.

O mundo da pista é realmente de detalhes, o meio grau do alinhamento derruba o seu dia, duas gotas de água dentro do pneu alteram a pressão de uma forma que você fica completamente perdido. Aprendi um monte sobre os pneus slick, coisa boa para os nossos formuleiros leitores. Mas isso é mais uma das coisas que estão na minha lista de posts que eu não sei quando vou postar... Se não postei nenhum relatório do Fórmula Student ainda, imagina esse! Só posto se os formuleiros (e bajeiros) implorarem!

Nada a comentar do treino. O Team Lotus ficou no Q1, aí acabou a sessão pra mim.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

História dos Meca (7)

Essa é curtinha, uma sacanagem que eu fiz ontem, e que é bastante comum nas oficinas de competição.

Ontem eu estava na oficina, e precisava de uma extensão para usar uma furadeira. Um mecânico novato foi buscar pra mim. Quando ele voltou eu falei: "Valeu, cara, mas essa aqui não serve. É uma extensão 110 V e eu preciso de uma 220."

Meio resignado, o rapaz virou com a extensão e foi voltando para o almoxarifado. Eu fiquei com dó e falei "Peraí, é brincadeira!" Enquanto isso todos os outros mecas, que a esta altura já tinham parado de trabalhar pra dar risada, ficaram bravos comigo. Eles queriam ver o novato andar um monte até descobrir a besteira que estava fazendo.

Aí eu lembrei do desentupidor de fio. Vocês lembram da caixa de blanks pesada pra burro, que ficava debaixo do torno láááaa no Lamafe? Lembram quem foi o bixo que pedimos para ir falar com o Craudião e buscar o desentupidor de fio?

E o punção de borracha para materiais moles? A chave 19 para rosca esquerda? Tem tanta sacanagem nas oficinas que de cabeça eu não consigo nem lembrar. Graxa na maçaneta da porta do banheiro, enxer de água o sapato de segurança do cabra enquanto ele coloca o macacão no vestiário, são coisas que descontraem o ambiente, mas também deixam os meca mais espertos para o que acontece na oficina.

Quem aí lembra lembra (ou sabe) de mais sacanagem de oficina? Tem gente nova entrando na equipe e eu preciso renovar meu repertório...

domingo, 24 de julho de 2011

O show de Le Mans

Tenho que confessar que não é o tipo de corrida que mais me empolga, mas não há dúvidas de como é espetacular. O vídeo abaixo é fantástico, talvez todos os leitores do blog já tenham visto, mas vale a pena deixá-lo aqui também. É uma produção da Audi que mostra a preparação dos 3 carros, os acidentes espetaculares e a incrível vitória com poucos segundos de vantagem depois de 24 horas.

Dentro do vídeo, aos 4 minutos e 10 segundos, a cena mais impressionante. Por muito pouco não tivemos uma tragédia. O carro quase passou por cima da barreira de pneus e poderia ter atropelado vários repórteres e fiscais de pista. A cada dia que passa temos mais e mais exemplos de que caixas de brita precisam ser eliminadas. Pelo menos até hoje não vi ninguém "quicar" em área de escape de asfalto.

Conceitos Alemanha 2011


Corridão novamente! Foi na medida certa, ultrapassagens sem grande influência da asa móvel, briga na pista, briga de gente grande.

O trio Hamilton, Alonso e Webber lutaram volta a volta e decidiram o resultado nos detalhes. E no detalhe do estilo de Hamilton que ele levou a prova. Muito merecido por sinal, é o cara mais arrojado atualmente, e quando ele não abusa desse arrojo, sempre sai consagrado. A manobra sobre Alonso quando o espanhol saia dos boxes foi fantástica, soube usar o aquecimento de uma volta a mais dos pneus para selar a vitória. Outros tiveram a mesma chance, só Hamilton conseguiu.

Mas isso não tira o brilho das atuações de Alonso e Webber. Nos detalhes, qualquer um deles poderia ter vencido hoje.

Rob Smedley cantou a bola para Massa ainda na segunda volta: ou passa Rosberg ou a corrida está arruinada. E foi o que aconteceu. Massa não é dos pilotos mais passivos, mas que Hamilton não teria ficado todo aquele tempo atrás de Rosberg, ah não teria. De qualquer forma, Massa segurou bem Vettel, andou num ritmo mais próximo dos três primeiros mas com uma sequência de pits diferente deles acabou ficando bem para trás. Vettel também não abusou e já faz as contas para o título. Horner cantou a bola pra ele: "paciência". Por apenas dois pontos, valia arriscar no pit stop ao invés de uma ultrapassagem forçada. Deu certo.

Sim, sou um chato de plantão

Tudo bem, "pneu quadrado" eu aceito. Mas "limite extremo", "bateu na grama molhada e ganhou velocidade", e outras pérolas arrotadas continuamente como essas, não dá. Galvão, não coloque as suas "gírias de automobilismo" no mesmo saco das suas asneiras.

Pronto, xilique dado. De volta à corrida, que está boa pra caramba!!!

domingo, 17 de julho de 2011

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

Não tem nada a ver com carros, esporte a motor... mas é muito bom!!!
Xupa Tevez!!! Xupa Argentina!!!
(É bom escrever agora de manhã porque de tarde pode ser a nossa vez de levar... rsrs)

Cars 2

Ontem fui assistir o filme Carros 2. Muito muito bom!
É bem diferente do primeiro, mais agitado, cheio de intrigas... e o gancho para nosso blog: tem uma "corrida mundial", que junta tudo quanto é carro - F-1, Nascar, DTM, Rally, Le Mans Series, etc. Os sons são perfeitos, as imagens parecem de corrida de verdade... e o F-1 é um arrogante italiano chamado Francesco Bernoulli.

Conceitos Silverstone 2011

Preciso publicar logo esse post antes que o Gonzo use o mesmo título para falar dos resultados do Formula SAE UK.

O problema de não escrever o post dos conceitos logo depois da prova é que as lembranças da corrida vão se apagando e a chance de escrever bobagem aumenta. Então deixo apenas alguns rápidos comentários:

- Foi uma das melhores provas do ano e dos últimos anos.
- Massa deu muita sorte com os problemas das McLaren. Se Button não perdesse a roda e Hamilton tivesse problemas de combustível, chegaria num sexto lugar vergonhoso. Nem tanto pela posição mas pela distância. Chegar se debatendo com Hamilton na última volta mostrou agressividade, garra... mas como sempre o Live Timing é cruel. Massa continua levando mais de 0,5 seg. para Alonso.
- Pelo amor de Deus, alguém fale para o Rob Smedley que não adianta atrasar um pit stop se você fizer a mesma estratégia de pneus dos seus adversários.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Mind the Gap

Não vou nem me dar o trabalho de escrever Xupa Rafa...































domingo, 10 de julho de 2011

Mark... Maintain the Gap

Pois é... a super desportiva equipe Red Bull Racing, que escurraçou a Ferrari pela ordem de equipe na Alemanha em 2010... que enalteceu a briga de seus dois pilotos no final do campeonato de 2010... mostrou hoje que é farinha do mesmo saco.

Nas voltas finais, quando Webber tinha condições de ultrapassar Vettel, veio a ordem de equipe pedindo para manterem a distância. Ordem clara para que Webber não partisse pra cima do alemão. Alguns vão dizer que era lição aprendida da Turquia quando os dois bateram numa disputa. Mas não é não. A ordem era para não tirar pontos de Vettel porque ele é o primeiro piloto, ele terá todas as preferências. No final do ano passado, correram o risco de perder o campeonato ao invés de colocar foco em Webber. Hoje mostraram que isso nunca aconteceria. A Red Bull está para Vettel assim como a Ferrari está para Alonso. E foram burros como a Ferrari foi no caso Barrichello. Eles tem tanta vantagem no campeonato que Vettel chegar em segundo ou terceiro hoje não vai fazer a menor diferença.

A parte legal da história é que Webber fez o que todo torcedor brasileiro esperava de Barrichello e Massa. Webber contrariou as ordens de equipe e partiu pra cima. Viu seus brasileiros covardes, vocês deveriam fazer como o Canguru, se rebelar e não seguir as ordens. Não é?? Calma lá... muita calma nessa hora. Webber está em final de carreira, sabe que não tem condições de andar na frente de Vettel, sabe que a equipe não vai mais colocar foco nele e provavelmente perderá o emprego no final do ano. Webber é um grande piloto de F-1, uma estrela mundial. Mas é funcionário da Red Bull Racing e por mais famoso que seja, não seguiu as ordens do seu chefe. Tem muita empresa nesse mundo que demite funcionário por muito menos. Sei lá o que vão fazer com ele, talvez uma bronca entre quatro paredes, mas nenhum chefe deixaria impune um descato desse tipo, em escala mundial. Senão o chefe é que não serve pra ser chefe, porque não tem moral. Mas voltando ao fato, não queiram comparar as situações. O insurgente Webber está numa situação muito diferente do que Massa e Barrichello estavam quando seguiram ordens de equipe. Cada um tomou suas decisões e responde por isso. Dentro de suas empresas e diante de seus fãs.

Mas cadê a imprensa brasileira agora? Tivemos um jogo de equipe novamente, os boxes influenciando diretamente no resultado da prova. Só que a vítima hoje não foi um brasileiro coitadinho. Se fosse, então a F-1 seria nojenta, o esporte estaria acabado, toda aquela baboseira nacionalista. Um bando de oportunista que não sabe olhar a competição de forma imparcial, porque isso não gera notícia. Então o assunto vai passar quase desapercebido. E deveria passar mesmo porque daqui a pouco acontece de novo. Só não deixei passar para que o dia que a vítima for um brasileiro novamente, a gente encare normalmente, porque esse esporte, é assim.

Os conceitos virão durante a semana. Mas Alonso, Hamilton, Heidfeld e o mecânico da McLaren que não prendeu a roda de Button devem fazer parte dos prêmios... Mas em resumo, foi uma baita corrida!

sábado, 9 de julho de 2011

Se você abrir uma exceção à regra...

Acho que foi lá pelo ano de 2002 ou 2003. Eu já fazia parte do Comitê do Baja e estávamos em Piracicaba durante a competição. Não lembro exatamente qual foi o incidente, mas o Comitê estava reunido na famosa casinha da organização que até hoje luta contra as rachaduras para se manter em pé, para resolver um problema da competição. Também não direito de quem estava lá, mas as imagens do Massami, João Hermmann e Durval Roque são nítidas.

Mas o que eu lembro muito bem daquele dia foi uma lição que usei muitas vezes nas competições que vieram depois. E que vou continuar usando, não apenas no Baja. Diante do problema que tinhamos, várias idéias surgiam, alternativas que provavelmente passavam por mudar horários previamente acertados, alterações de última hora nos procedimentos ou mesmo abrir exceções ao regulamento. Diante de uma dessas opções meio desesperadas que sugeri, com a melhor das intenções para acabar com o rolo, o Durval me pegou pelo braço com a regra do Baja na mão e disse alguma coisa como: "isso é a única coisa que te suporta aqui. Se você abrir uma exceção à regra, vai ter que abrir várias e você perde o controle da Competição." Tive muitas richas com o Durval na época de estudante e logo que entrei no Comitê. Um puro choque de gerações que felizmente virou piada nos dias atuais em que já tenho meus cabelos brancos. Mas não posso negar que essa lição fez diferença em muitos momentos que vieram depois.

Eu lembrei dessa história hoje cedo, assistindo ao treino da F-1 em Silvestone e tentando entender as mudanças de regra sobre os gases de exaustão. O problema não está no fato de discutir a legalidade ou não do conceito que o Cobra e o CT já explicaram aqui no blog, porque encontrar brecha em regulamento é o que faz um carro ser vencedor. Mas criar regras novas no meio do jogo e ser incapaz de suportar decisões tomadas é lamentável.

Primeiro a FIA aceita, depois proibe. Depois abre uma exceção para os motores Renault no treino de sexta. Depois voltam atrás. Depois vem a Mercedes e pede outra exceção porque o motor dela tem uma condição específica. Depois proibem tudo. E depois falam que tudo pode voltar ao que era antes na Alemanha se as equipes concordarem. Que zona! Virou baderna, não tem outra explicação, estão atirando para todos os lados.

Tem muita coisa por trás disso, coisas que nem imagino e outras que posso saber mas talvez nem entenda. Existe um tal de "Extraordinary Technical Working Group" tratando do caso. Com certeza são pessoas capacitadas e inteligentes, que podem ter tido a melhor das intenções em suas decisões, mas pisaram feio na bola. É como se numa partida de futebol você tivesse um gol anulado porque estava impedido, no minuto seguinte o juiz acabasse com a regra do impedimento e na próxima jogada você levasse um gol que seria anulado na "antiga regra do impedimento".

Que a F-1 é negócio eu sei e convivo bem com essa situação. Mas se toda essa baderna tiver como fator motivacional apenas retardar em mais algumas corridas o quase definido título do Vettel, é uma vergonha sem precedentes. Uma vergonha muito maior do que jogo de equipe. Porque é basicamente pegar a regra técnica e desportiva da F-1 e assinar embaixo que ela não vale nada. O Charlie Whiting devia pedir uns conselhos para o Durval.

Lovely Weather, isn't it?

Estava eu aqui, preparando as malas para o FStudent. Verão na Inglaterra, não vai precisar de muito agasalho.

Aí eu liguei a TV pra assistir a classificação do GP da Bretanha, e muitas coisas me vieram à cabeça. Lembrei da nossa viagem, Tatá, CT e eu, pra Inglaterra em 2008. Os dois estavam por lá, de férias, e eu me juntei a eles para duas semanas muito legais. A ideia era assistir o GP da Bretanha, e na semana seguinte participarmos como juízes do FStudent.

Na época, o meu pensamento era o mesmo. "Caramba, verão europeu, vou levar o meu kit básico de corridas, não vai fazer frio." Aham.

Cheguei lá no sábado, com sol, a tempo de ver ouvir a classificação com os dois, do lado de fora do circuito. Sol, um pouco frio, muito vento, mas tolerável. A previsão era de chuva no domingo, e não tínhamos capas suficientes. E Coventry, a cidade onde íamos ficar, não tinha nenhuma loja aberta. Então, tivemos que improvisar. E no domingo...


O dia amanheceu nublado, garoando, frio. Chegando ao autódromo, vento. FRIO. MUITO FRIO. E os brazucas pensando que iam se dar bem no verão inglês. Que errado. Não tinha absolutamente nada pra nos proteger do frio. Ficamos na saída da Club Corner, onde hoje é a linha de chegada da F1. Assitimos a preliminar, corrida da GP2, sob garoa, e no final, parou de chover. Pensávamos que ia esquentar. PIOROU. O vento veio forte, e batendo nas roupas molhadas, era insuportável.

Não dava pra sentar, e a única coisa pra nos proteger eram as bandeiras. Foram os nossos cobertores naquele dia. Todo mundo de guarda chuva e os manés de bandeira. Passando frio, tremendo que nem vara verde. Cada copo de chá custava R$ 8,00, uma fortuna, mas tomávamos aquilo porque era a única coisa pra nos esquentar um pouco.



No fim, o sol finalmente saiu, e esquentou um pouco. Deu pra tirar as bandeiras de cima e mostrar o nosso improviso, que até hoje não sei se deu muito certo: colocamos sacos de lixo no corpo, cabeça e nas pernas, para pelo menos tirar um pouco da chuva. Foi o que ajudou um pouco na situação, e no ano seguinte naquela classificação ridícula em São Paulo.

Mas o pior foi uma velhinha, com os seus 60 anos, naquele frio, assistindo ao GP, comenta assim, um pouco antes da corrida: "Lovely weather, isn't it?" (Clima adorável, não?) Aquilo nos fez imaginar o que seria um tempo ruim pra ela.

E hoje, vendo as imagens de Silverstone, espero que o CT lembre do que passamos 3 anos atrás, e que tenha ido muito bem preparado!

Do meu lado, eu vou voltar pra minha mala e colocar algumas blusas e capas de chuva a mais, vai saber...