quinta-feira, 26 de novembro de 2009

GP Brasil de 1993

Fui colocar uma ordem nos arquivos do computador, quando me deparo com um certo GP Brasil de 1993, transmissão da Globo, que algum tempo atrás havia abaixado mas nunca tinha assistido com o carinho que merece. Hoje foi o dia, afinal, a abstinência já começa dar os primeiros sinais.

Interlagos mudou muito, os carros mudaram muito, a transmissão do Galvão mudou muito. Pasmem, hoje em dia está melhor, tirando é lógico os xiliques. Obviamente está melhor porque hoje tem o Burti...

Vamos para a largada. Prost e Hill na frente, com a Williams de outro mundo. Senna largando em terceiro passa Hill logo na primeira curva. Depois vem Schumacher, um tal de Alesi, JJ Lehto e Wendlinger. Andretti sai voando catapultado por Berger. Lá no meio dois pirralhos faziam a festa, Rubinho Arisco Barrichello e Christian Fittipaldi, que havia feito pontos na primeira prova do ano.

Em poucas voltas Prost sumiu, Senna perde o lugar para Hill, Schumacher vem na cola. Começam as trocas de pneu... e vem a chuva. Que salvou a corrida, senão seria um passeio vergonhoso de Prost e Hill. Logo que a água começa a cair, vira um dilúvio em frente aos boxes. Senna dá sorte porque a água despenca quando ele está na subida dos boxes e entra correndo. E daí que não entendi mais nada. Prost vem logo atrás, quase uma volta à frente de Senna, e não pára. A chuva aperta. Quando Aguri Suzuki se arrebenta na reta devido ao aquaplanning, Prost vem para mais um volta. Está caindo o mundo, mal dá pra ver a reta... e Prost passa reto. O resultado todo mundo sabe, acabou na brita do S do Senna. Porque ele não parou??

Não dá pra entender. Por mais que não estivesse chovendo no resto do circuito, foi uma atitude burra, quase criminosa, seguir com slick. Christian que também rodou no mesmo lugar dá uma entrevista no decorrer da prova dizendo que arriscou porque o resto do circuito estava seco... foi sem noção. Safety Car na pista.

Em algum momento, Rubinho abandona com problemas... no câmbio. A entrevista dele beira o ridículo. Vettel parece um idoso diante daquela imagem magricela e mirrada de Barrichello, que mais parecia ter saído de um velotrol do que de um F-1. E o Galvão manda aquele... não é nada não Rubinho, quando você tiver um carro bom vai poder sentar a bota... ai Jisuis.

Depois da saída do Safety Car, Senna entra para colocar pneu slick antes de Hill e quando o inglês volta dos boxes, Senna manda aquele drible na entrada do Laranjinha e assume a liderança. Foi quase um drible da vaca, jogou a bola de um lado e correu pelo outro! O circuito vai ao delírio. Galvão grita interrompendo o reporter que falava dos boxes da Williams tentando uma entrevista com Prost.

Dai pra frente Senna segura a ponta, abre vantagem e segue tranquilo para a vitória. Na última volta, passa na reta aposta mandando um tchauzinho pra galera. Vai repetindo o gesto ao longo do trajeto. Vence a prova e quando chega na reta oposta, um bando de loucos voa pra cima do carro. Senna vai levando na manha, mas quando atropela uma besta (parece ser o Ganso...), o carro pára e acabou. Vira um enxame de abelhas sobre o mel. Schumacher tava logo atrás... será que alguém aproveitou pra dar um peteleco nele? Se soubessem o que ele iria fazer no futuro, dariam é muita porrada.

Depois da necessária truculência de alguns PMs, Senna sai do carro, parece um astronauta voltando do espaço (por causa do capacete...). Dentro do Safety Car (um Tempra... como as coisas evoluiram...) ela vai sentado na janela mandando aquele tchauzinho estilo Miss Brasil. 15 minutos depois chega nos boxes. No pódio, Fangio espera por ele. Senna desce e abraça o maior campeão do mundo de todos os tempos. Mal sabiam que aquele moleque alemão de macacão amarelo, no degrau do terceiro colocado, colocaria os dois no bolso.

Mas a pergunta que não quer calar... fizeram vistoria técnica no carro do Senna após a corrida?? Acho que não sobrou muita coisa...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

ORGANIZADOR x SUPERVISOR

No vácuo do post abaixo, um exemplo porque a CBA não pode organizar corridas. Essa aqui entra nos causos de rally. Como sempre, vou omitir o máximo possível o nome dos santos, pra não expor ninguém. Só vou contar os milagres.

Primeiro, quem ORGANIZA é o cara que cobra a inscrição, vai atrás dos patrocínios, monta o roteiro do rally, espalha os PCs, contrata a ambulância, avisa a prefeitura e a PM, escolhe a equipe técnica, enfim, faz tudo.

A CBA, ou a Federação Estadual, SUPERVISIONA a prova. Garante que a corrida seja justa e igual para todos. Inspeciona os carros para ver se estão dentro do regulamento, confere se a planilha não está com informação errada. Se aparecer protesto, é a supervisão que resolve e fica com a bucha, tem que aguentar os pilotos raivosos babando em cima.

Pois bem. Aquele dia era a decisão do campeonato. Chovia pra caramba, o rally era de regularidade. E o Regulamento Nacional de Rally de Regularidade determina que para a prova valer, são necessários ao menos 7 PCs válidos.

Eu estava na supervisão da prova, como Comissário Desportivo. O organizador era um grande parceiro meu. Como disse, chovia pra burro, mas mesmo assim os competidores foram chegando.

E os tempos dos PCs também. Eram 14 ao todo. Mas pela chuva, 3 chegaram fora de combate, quebrados. 11 PCs válidos. Conforme fomos apurando os dados, estava tudo completamente inconsistente. Hora por falha do PC que anotou o carro, hora pelo equipamento, os sensores disparavam com a chuva ou lama. Como manda o regulamento, em caso de dúvida, descarte o PC. E fomos eliminando um a um.

Estávamos com apenas 6 PCs válidos, e faltava uma máquina chegar para apuração. O organizador me chamou num canto e disse: " Cara, se este rally for cancelado, eu quebro. Não tenho dinheiro para pagar os PCs e esta estrutura toda de novo."

E a última máquina chegou. Dados inconsistentes.

Danou-se.

Gelo na sala de apuração. Por sorte, conseguimos considerar uma máquina na categoria graduados, e outra na categoria turismo. Assim, cada categoria teve 7 PCs, e a prova valeu. Mas se não conseguíssemos recuperar parcialmente os dados de 2 máquinas, eu ia ter que cancelar o rally.

Mas e se a CBA estivesse organizando? Ela mesma daria um tiro contra o pé? Se a CBA estivesse fazendo a Stock, ela iria pagar do bolso helicóptero de resgate, investir dinheiro em bombeiros a cada 50 m, investir maçicamente em segurança?

E se um fornecedor de pneus de 18 carros do grid dissesse para o supervisor da corrida que o pneu dele não aguenta a curva 13? E se pedisse uma mudança na regra para poder ter uma corrida com 24 carros, mesmo que isso prejudique os outros 6 carros que estavam com pneu adequado? Isso seria justo? Com certeza seria bom para o espetáculo, mas injusto com quem fez a lição de casa e fez o pneu certo. O esporte sairia perdendo.

Por isso que as duas coisas juntas não dá pra fazer. A CBA supervisiona, e quem é louco que pegue pra organizar.



* Contando este causo, lembrei de outro. Quando a silly season der uma esfriada, vou contando essas histórias, mas me lembrem de contar do dia que fui ameaçado de morte!

Os repórteres

Acabei de ler no Blog do Fábio Seixas um post sobre a participação de Schumacher e Barrichello no Trofeo Linea. Truco. Schumi pode até ser, mas piloto de F1 raramente é liberado para outras competições automobilísticas. O seguro não deixa. Então Barrica acho bem mais difícil. Parece mais uma daquela notícias plantadas para dar divulgação.



Mas o que me chamou atenção no post foi um comentário de que a CBA não faz nada. Citando-o textualmente: "[sobre as categorias nacionais] ... Todas, vejam só, organizadas por empresas privadas. Porque a CBA, há tempos, só sabe vistoriar (mal) circuitos e escalar (mal) comissários para as provas."



Discordo de uma coisa: quem pegar uma cópia do estatuto da CBA (capítulo III, Art. 6) vai ver que NÃO é função da entidade ORGANIZAR corridas. A CBA não pode, nem deve organizar nada, porque a supervisão desportiva e a organização são coisas conflitantes.

Mas que a promoção, supervisão, vistoria de autódromos, estão deficientes, isso é verdade. Ouvi uma explicação que me parece ser razoável, a última administração era muito voltada para o lado burocrático (o ex-presidente é advogado, natural que puxasse a sardinha pro lado da papelada). Mas essa obsessão por normas e procedimentos acabou deixando de lado a parte técnica. Com isso, pistas, regulamentos técnicos, e principalmente, oficiais de competição, foram ficando de lado. Uma pena. Tem muita gente boa, mas ainda tá ruim.

Ainda assim, é muito melhor que na administração que acabou em 2001. E a coisa ficou tão burocratizada na Rua da Glória, que pra fazer as coisas se mexerem lá dentro ainda leva um tempo. Mas eu tenho fé!!!

Formula Indy em São Paulo??

Essa foi surpresa. Depois de boatos em Ribeirão Preto, Salvador, Kannan anunciando a prova no Rio de Janeiro, eis que hoje aparece o Kassab (aquele dos ônibus fretados...) e confirma a prova para São Paulo!! Circuito de rua, na região do Anhembi!!

É difícil comentar um assunto quando ele é meio surreal. Como assim, fazer uma corrida de rua em São Paulo? Vão fechar a marginal Tietê, montar os boxes no sambódromo e a reta aposta vai ser o Campo de Marte? Que beleza!! O caos total. Imagina aquela sexta-feira à tarde, chovendo, 225Km de congestinamentos... para ver Will Power! Esse representa!

Grande notícia ou mais uma robada, que será cancelada daqui um mês por "desentendimentos entre a organização da prova e a prefeitura da cidade"? Novamente, é meio surreal, não sei se dá pra acreditar. Nunca botei fé nessa volta da Indy ao Brasil, vou ser São Tomé até o fim, só acredito vendo... mas se eu ver, vai ser ao vivo...

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sobre Button na McLaren

Muitos estão surpresos com a mudança do Button para a McLaren. Não sabemos exatamente quais foram os termos do acordo com a McLaren e não sabemos o que a Brawn-Mercedes ofereceu a ele. Button diz que a escolha não foi definida por dinheiro, mas pelo desafio que representa.
Para mim fica mais fácil entender a situação se pensarmos no Button no começo do ano passado: piloto já experiente na F1, porém sem nenhum feito extraordinário. Amargou diversos anos de Honda brigando para não ser último nas corridas... Um ano depois e ele e a Brawn são os campeões do mundo.
Button deixou de ser mediano? Não, e seu desempenho depois das 7 primeiras corridas mostrou isso. A Brawn-Mercedes passou a ser uma equipe de ponta para brigar todo ano pelo título com McLaren e Ferrari? Não acredito, acho que a Brawn fez um trabalho tão bom na interpretação das novas regras que conseguiu que muitas equipes desistissem de seus desenvolvimentos para o carro 2009 em uma fase inicial do campeonato, porém claramente Red Bull e McLaren foram muito melhores e mais consistentes na segunda metade do campeonato. No início de 2010 teremos equipes que estão há muito tempo trabalhando no novo carro e, portanto, não vai ser fácil para a Brawn.
Pensando assim, talvez foi uma oportunidade e tanto para um piloto como o Button mudar para uma equipe como a McLaren, que é uma equipe de ponta todo ano! Some-se a isso a grana que ele vai ganhar a mais (o salário pode ser até menor, mas e o tanto de marcas associadas à McLaren que vão pagar por publicidade?) e a McLaren torna-se uma ótima opção.
Não acho que vai ser fácil ele bater o Lewis dentro do seu território, mas aí entra a parte dos novos desafios que ele estava querendo.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Dentro da Mitsubishi Cup

Depois de mais de ano, eu volto pra dentro das trilhas da Mitsubishi Cup. Amanhã vou entrar no meio do mato pra ficar sozinho em algum ponto de controle da prova.

Mas este post é só pra contar coisas que acontecem que ninguém fica sabendo. O ciclone que devastou o Rio Grande do Sul ontem e quase acabou com a etapa da Stock Car em Viamão, chegou em Campinas na forma de uma tempestade.

Neste exato momento (23:30), a equipe de resgate da Mitsubishi Cup (velocidade) está ajudando o pessoal do Mitsubishi MotorSports (regularidade). O que aconteceu é que com a tempestade, várias árvores caíram no caminho do rally de regularidade. Por sorte, as duas provas, regularidade e velocidade acontecem na mesma cidade neste final de semana. Então o pessoal está na trilha agora limpando tudo e deixando tudo seguro pra amanhã.

O detalhe é que eles se apresentam para trabalhar na pista a partir das 4:30 da manhã. Vão ter apenas umas 2 horas de sono. E amanhã nenhum competidor vai nem pensar que a prova teve trechos que ficaram bloqueados horas antes da largada.

Isso é uma das coisas mais legais de trabalhar com rally. As situações são tão absurdas que ninguém acredita. Só vivendo mesmo pra entender. Aposto que a prova que o Cobra viu na Inglaterra, ou a que eu vi em Curitiba, mesmo sendo etapas do Mundial, tiveram coisas assim. E pouca gente ficou sabendo.

Vou ver se encontro as minhas anotações de coisas absurdas que aconteceram comigo e vou postando aqui os causos. E agora vou dormir, porque amanhã 4:30 estou de pé também, e se continuar chovendo, não sei que horas vou sair (ou vão me tirar) do meio do mato...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Brawn GP - A melhor equipe da F-1 de todos os tempos

Hoje cedo fui acordado no trabalho pelo e-mail do Zig informando sobre a criação da equipe Mercedes de F-1. Um passo ousado desses alemães, principalmente pela enxurrada de desistências. Mas dá pra entender um pouco.

Não tem jeito, associar o nome da empresa à F-1 é retorno garantido. São milhões e milhões de telespectadores, patrocínios, eventos, shows, mulherada, etc, etc. O problema é quando você gasta mais do que retorna, tipo Toyota. Com a decisão comum de reduzir custos e a expansão da F-1 para novos mercados, o retorno vai continuar alto, mas a gastação de dinheiro será mais controlada.

A Mercedes fez um estágio de anos com a McLaren, onde desenvolveu o melhor motor da F-1 e aprendeu o que é gerenciar uma equipe. Norbert Haug, sempre com aquela cara de poucos amigos, já aprendeu o caminho das pedras. Por meios próprios, a Mercedes já seria candidata a grande equipe, mas se juntou a ninguém menos que a Brawn GP, a melhor equipe de todos os tempos.

A Brawn GP venceu todos os campeonatos de pilotos e construtores que disputou - 100% de aproveitamento!! Foi um só, tudo bem, mas nada que tire os méritos de Ross Brawn e o bando de abnegados que o seguiram. Em nove meses foram de massa falida e dupla de pilotos desempregados a campeões mundiais. Na virada do regulamento deram um olé nas grandes equipes e fizeram um baita carro que ganhou 6 em 7 provas com um piloto mediano como Button. Escreveram uma história que vai durar para sempre. Vou sentir saudade do carro verde fluorescente.

A saga da familia Fassina Marques

Estava devendo um post sobre as aventuras esportivas da semana retrasada nos Estados Unidos. Infelizmente nem todas as fotos estão comigo, mas já vale pra ter uma idéia.

Quer saber de onde vem todo meu fanatismo por esportes e corrida? Bom, acho que a explicação está no DNA. Vejam estes exemplos impressionantes. Cheguei em Dallas na sexta-feira, dia 30 de outubro. Um breve levantamento esportivo mostrava 4 eventos potencialmente assistíveis: Futebol Americano, Basquete, Hockey e a Nationwide Series da Nascar.

O resultado da bagunça está abaixo. Comandado pela fanática Tia Janete, completamos a saga de 4 esportes em seis dias. Nas fotos tem o jogo do Dallas Cowboys, pula o basquete do Dallas Mavericks porque esqueci a câmera (acreditem, Tia Janete estava lá...), passamos para o Hockey do Dallas Stars e termina no sabadão com a Nascar. Detalhe nas fotos da Nascar é o desfile dos pilotos, essa foi especial pro Gonzo.

Mas não é só a Tia Janete que contribui para as aventuras automobilisticas da família. Na quinta-feira, estava minha irmã numa boa trabalhando na Alcon Labs quando chega a notícia de que um tal de Denny Hamlim, piloto da Nascar ia fazer uma visita na empresa porque eles são grandes parceiros do principal patrocinador do cara. Quando ela chega em casa tenho que ver uma foto dela com o cara e uma foto autografada... caramba!!! Levei um Xupa Rafa até da minha irmã!! Só pra constar, o cara está nos playoffs da Sprint Cup, mas já não tem chances de título.

Pois é, valeu pela bagunça e pela diversão. Na Nascar todo mundo encheu a lata, comeu hot dog e hamburguer até arrebentar a boca do balão e se divertiu com aquele bando de caipira se batendo pela pista.



Ah, lógico... com os cumprimentos da família Fassina Marques, em especial a Tia Janete... XUPA CT!!

sábado, 14 de novembro de 2009

Enquetes de Final de Ano

O ano automobilístico tá quase acabando, restando apenas Stock Car e Nascar pelo que me recordo. Aliás, aguardem postagens impressionantes do porque não estive presente no Formula SAE. E algumas respostas genéticas do porque sou tão doente por automobilismo e esportes em geral.

Mas voltando. Como as notícias do mundo a motor ficam bem fraquinhas nessa época do ano, resovi inventar algumas novidades no blog. Descobri um esquema de enquetes!! Ao lado direito, onde ficava a tabela de pontuação, serão colocadas enquetes para os nossos tão assíduos seguidores!! Participem! E inventem suas próprias enquetes.

CT e Tha no Brasil

Essa semana recebemos a visita ilustre do compadre e comadre CT e Thais. Ficaram pouco, uma visita de KERS acionado, mas deu pra conferir que eles estão inteiros, saudáveis e que a cabeça do CT continua magnífica. E que os castelos de areia sobre trabalhar com Formula 1 já ruiram.

Aos nossos queridos correspondentes internacionais, um abraço e bom retorno ao gélido país da Rainha Mãe. E Thais, não vale abrir o calendário antes da hora...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

FORMULA SAE BRASIL 2009

Pessoal, mandem notícias, fotos, comentários sobre a competição deste ano.
Abraços


segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Japão!

Satoru Nakajima, Aguri Suzuki, Ykyo Katayama, Takuma Sato.


Tiveram alguns resultados expressivos, começaram bem (tirando o Nakajima) depois caíram na mediocridade e esquecimento.

A pressão da F1 de hoje é enorme em cima dos pilotos. A cultura japonesa pressiona muito. Somadas, as pressões podem acabar com a carreira de jovens pessoas. Talvez isso explique porque eles começam bem, mas depois de duas temporadas o desempenho cai. Quando precisam provar o que sabem fazer sob pressão, caem.

Na MotoGP, a pressão é muito menor, tudo mais informal. Aí Harada, Harada, Aoki, Itoh, conseguem se divertir. E ainda ganhar corridas e títulos.

Vou esperar mais dois anos até dizer se Kamui Kobayashi é bom ou não.

Grãos de areia

Curtinhas, que já escrevi muito.

- Ainda bem que foi as 11 da manhã. Se fosse de madrugada, eu teria dormido de propósito.

- Lindo, lindo, lindo, o circuito da Marina de Yas. Mas a prova da mutação da F1: antes era uma grande corrida que tinha algumas festas, agora é uma grande festa que tem alguma corrida. Ainda acabam de vez com a corrida.

- Lindas 3 últimas voltas de Button e Webber. Na verdade, a corrida de Interlagos teve pelo menos 3 disputas como essas, mas como essa corrida do deserto foi tão chata, a disputa até que ficou emocionante.

- Finalmente, acabou o Q3 de tanque cheio. Já vai tarde.

- Soberba. Aquela saída de box é pura soberba dos arquitetos. Não precisava de nenhuma forma fazer daquele jeito. Resolveram assim pra inventar, pra dizer que fazem o que bem entendem. Acham que estão acima do esporte, mesmo. Como torci por uma rodada lá dentro!

- Eu sofro com o "lusco-ofusco". Se fosse piloto, reclamaria de monte. Mas para os engenheiros, é um desafio do caramba. Imagina largar com a pista a 55 graus e terminar a uns 25 (estou chutando) deve ser um desafio legal. Calcular aderência, altura do carro com essa variação da temperatura da pista, já imaginou?

- Galvão comentou que se a Honda não tivesse pulado fora do barco, colheria os frutos do sucesso. Eu acho que não. O carro Honda sempre foi bom desde que esteve não mão de Ross Brawn. O problema era o motor. Se ainda estivesse na categoria, o motor não estaria na Mercedes e o resultado seria um fiasco. Como os motores Honda da Indy são tão bons, a ponto da categoria ter fornecedor aberto, mas ninguém tenta entrar no mercado deles?

- Acabou. Que no ano que vem os tanques cheios mexam na ordem das coisas, deixando os engenheiros bons brilharem de novo. E que a pré temporada pra trás da linha vermelha seja bem sossegada este ano.

Autoramas e pistas

OK, a idéia era boa, eu entendi.


Os carros de F1 atuais são muito sensíveis ao "ar sujo" que vem do carro da frente, então não podem fazer a curva colados um no outro. Entrando distante na reta, não dá para pegar o vácuo, e não dá pra ultrapassar. As regras de 2009 tentaram tornar os carros menos sensíveis, mas como sabíamos desde 2008, isso não ia durar muito.


Então, a ideia está nas pistas. Uma sequência de curvas de baixa, uma longa reta, uma curva de baixa. A primeira sequencia de curvas serve para os pilotos se aproximarem. Com velocidades de 80 km/h, somente a aderência mecânica é necessária para permitir aproximação.


Então os carros entram na reta colados, porque vão entrar a baixa velocidade. A partir daí é acelerar, emparelhar, e frear dentro da curva, pra fechar a ultrapassagem.


A fórmula foi usada por Tilke no A-1 Ring, que um dia se chamou Zeltweg, e Sepang, para dar uns exemplos. E tem a China também.


Mas havia um problema. Os pilotos que seriam ultrapassados naturalmente iam para o lado de dentro da curva, evitando as manobras.


Tilke e seu pessoal achavam ter resolvido o problema: colocaram outras sequencias de curvas nos finais das longas retas, como na Turquia e em Abu Dhabi. Mas, as disputas não aconteceram. Mesmo com o regulamento de 2009. O que será que aconteceu?


Os freios. Os caras fazem de 300 a 100 km/h em 70 m. É só alicatar o negócio que ele pára. E a eficiência é igual para todos, se souberem usar. Não dá pra ultrapassar. Você freia em cima, dá o lado sujo para seu perseguidor, ele pega macarrão e acaba com a ultrapassagem.


OK, mas porque em São Paulo tem ultrapassagem pra caramba? O trecho Junção-Café-Reta-S do Senna não entra na receita do Tilke? Não. Interlagos tem uma coisa que a maioria das pistas do cara não tem: relevo. E o S do Senna é uma curva desgraçada, com uma entrada difícil, espaço pra escorregar, enfim, não é uma mutilação tão feia assim.


Se ao invés de curvas de baixa no final da reta, e se fossem curvas abertas, onde o piloto precisa de "culhão" pra frear um pouco menos, não meter o pé no freio, e sim só um leve toque? Uma curva aberta, que não deixasse macarrão do lado de fora, e permitisse que a curva fosse contornada lado a lado? E se o resto do circuito tivesse mais curvas de alta, além das longas retas, que fazem os engenheiros diminuir o ângulo de asas, e diinuir a situação de aderência, e sensibilidade em relação ao carro da frente?


Aí eu vejo no jornal que o circuito de Jacarepaguá vai ser demolido de vez. Não tem o relevo de Interlagos, mas eu imagino o que seria uma corrida de F1 dos dias de hoje nessa pista aí?


No Mundo das Arábias Parte 2

Infelizmente acertei a previsão do dia anterior - Abu Dahbi foi realmente uma corrida sem grandes coisas, mais um circuito "belíssimo" transformando corridas de F-1 em corridas de autorama. Uma pena para o esporte e uma constatação... esse Herrman Tilke tem muita lábia porque continua fazendo circuito lixo e continuam comprando os serviços dele.

O que falar da prova? Não tem muito, mas quatro pontos merecem destaque:

- Red Bull - eita carrinho bom esse. Se a gente pensar que ele não tinha KERS nem assoalho duplo, foi uma surpresa e tanto. Olha só, até o Mark Webber ganhou duas corridas no ano!! As Red Bulls sobraram em Abu Dahbi. E não tiveram mais nenhuma quebra de motor nas últimas 4 corridas... Só espero que ano que vem consigam repetir o belo projeto desse ano.

- Button x Webber - valeu a briga nas voltas finais. Fazia tempo que não via dois caras se pegando desse jeito na última volta. Não botava fé no Webber mas o cara aguentou bem. E Button está de parabéns pela agressividade.

- Kobayashi - quem sabe finalmente chegou a hora do Japão ter um piloto que seja lembrado pelos seus resultados e não pelas estripulias na pista? Já tinha curtido a pilotagem dele em Interlagos, mas hoje mandou muito bem. Fez apenas 1 parada, passou Button na marra (o que garantiu o bom resultado) e de quebra chegou à frente do Trulli. Nada de excepcional, mas considerando que era apenas sua segunda corrida e comparando com o desempenho dos outros novatos, deixa uma boa impressão e portas abertas na Toyota.

- Fim da linha - a corrida de hoje pode ter marcado o final da carreira para vários pilotos e nem prestei muita atenção nisso. Em alguns casos não precisava mesmo, mas em outros, nem tanto. Nakajima é um que terá problemas para continuar, nenhum ponto na temporada. O que será de Alguersuari? E Heidfeld? Fisichella? Com 26 carros no grid de 2010, é provável que a maioria arranje um cockpit. Mas minha maior tristeza será um possível abandono de Raikkonen. É um baita piloto, não pode terminar dessa forma. Espero mesmo que ele faça dupla com o Hamilton ano que vem. Será incrível ver uma temporada Massa/Alonso x Hamilton/Kimi. Picolé neles!